terça-feira, 19 de junho de 2012

Ex-presidente do Banco Central diz que, para reduzir mais os juros, governo precisa diminuir dívida

O ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, disse nesta terça-feira, em evento em São Paulo, que a continuidade da queda da taxa básica de juros (Selic) depende de uma melhora da situação fiscal do governo. Segundo ele, os juros no Brasil são altos porque o endividamento público do País é muito elevado. Ele lembrou que hoje a dívida pública do País supera 60% do PIB e que sua rolagem é caríssima e de curtíssimo prazo. Anualmente, observou, a rolagem da dívida consome 18% do PIB, patamar parecido o das economias européias que hoje enfrentam a crise da dívida soberana, como Espanha, Portugal e Grécia. Franco disse que o governo hoje não tem problemas para rolar sua dívida porque há uma espécie de público cativo no mercado doméstico que, por meio da indústria de fundos, aplica em títulos públicos atraído pelos juros altos. "Estamos chegando nos limites fiscais da redução da taxa de juros em razão do endividamento elevado e de um superavit primário pequeno para o empreendimento de fazer reduzir a taxa de juros", acrescentou. Franco afirmou que a queda dos juros é fundamental para baratear e alavancar os investimentos. Segundo ele, sem isso o País não será capaz de crescer sistematicamente acima de 3,5% ao ano.

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