terça-feira, 19 de junho de 2012

Ex-presidente do Banco Central prevê 2012 parecido com ano passado

Sócio da Gávea Investimentos e ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga disse nesta terça-feira que a economia brasileira terá um 2012 parecido com o ano passado. "É possível que a economia comece a se recuperar no segundo semestre. E eu acredito que vai. Pelo menos um pouco. Assim mesmo, a média vai dar 2% em relação ao ano passado", afirmou. Fraga afirmou que, se a crise externa não piorar, ao fim do ano "a sensação pode ser melhor do que é hoje". E afirmou que esse desempenho é resultado de questões conjunturais. "Não creio que esses 2% sejam um problema de crescimento. É um problema conjuntural. Em situações mais tranquilas, o Brasil deveria estar crescendo em torno de 4%. A discussão daqui pra frente tem de ser como fazer para o Brasil crescer mais, como aumentar a taxa de investimento", afirmou. Para destravar os investimentos, o ex-presidente do Banco Central afirmou que o governo deve acelerar as concessões. "Esse governo tem sido pragmático e começado a abrir essa janela de concessões. Está mais ou menos claro que não dá para o governo fazer tudo sozinho", disse. Fraga afirmou que a barreira criada pelo governo para evitar a entrada excessiva de dólares no Brasil com a taxação de operações com câmbio no mercado de derivativos deve ser revisto. "O clima mudou, a euforia dos estrangeiros com o Brasil passou, o que é bom pra nós. O governo em algum momento poderia pensar em retirar esses IOFs. Se não, com o tempo, esses mercados tendem a migrar ou para o Exterior ou para o mercado de balcão", disse. Segundo Fraga, o risco seria perda de transparência e de investimentos: "O IOF é uma medida que tem impacto só no curto prazo. Não é solução. Solução é criar condições para termos juros mais baixos". Segundo Fraga, os estrangeiros exageraram na dose de otimismo em relação ao Brasil e, agora, passaram a ser muito pessimistas. "Os estrangeiros estavam exagerando um pouco. A perspectiva de que o Brasil ia crescer a um ritmo quase chinês não era realista. Agora estão na direção oposta. Não era 7% nem é 2% agora. É quase 4%, 3,5% e pode ser muito mais", afirmou.

Nenhum comentário: