quinta-feira, 21 de junho de 2012

Feministas criticam Dilma por texto da Rio+20 ignorar defesa do abortismo

A presidente Dilma Rousseff foi criticada abertamente pela ex-primeira ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, e pelo movimento feminista, pelo fato de o documento submetido à Rio+20 ser omisso em relação à questão do aborto. "Não entendo como a presidente Dilma Rousseff menciona os direitos reprodutivos e esse tema não aparece no documento", disse Brundtland. Dilma pediu a palavra uma segunda vez (algo que não estava previsto na organização da Cúpula das Líderes), para dizer que o documento não foi feito para agradar a um setor específico. "Até duas décadas atrás, o que se tinha era bilateralismo e posições hegemônicas. O multilateralismo da Rio+20 leva em consideração posições diferentes das minhas. Se todas as minhas posições não estão lá é porque há que respeitar a diversidade. E a diversidade implica recuar um pouco e avançar outro pouco", disse Dilma em tom seco, transparecendo irritação. Cerca de 30 feministas conseguiram entrar com faixas na Cúpula das Mulheres Líderes, cujo acesso era restrito, só admitidas pessoas que tivesse convites previamente distribuídos. As faixas --"Os direitos das mulheres não se negociam" e "Pelos direitos reprodutivos" --foram abertas logo depois da intervenção da ex-primeira ministra da Irlanda Mary Robinson, que lamentou o retrocesso do documento em relação aos direitos reprodutivos. O documento base da Rio+20, apresentado na terça-feira, depois de uma jornada de negociação que entrou pela madrugada, substituiu a empressão "direitos reprodutivos", consagrada na Rio-92 e nas conferências de mulheres realizadas em Pequim (1995) e no Cairo, e substituiu-a pela aguada expressão "saúde reprodutiva".

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