quarta-feira, 27 de junho de 2012

Governo usa caminhão frigorífico para guardar corpos no IML em Alagoas

O governo de Alagoas alugou um caminhão frigorífico para armazenar corpos de vítimas de mortes violentas durante a greve dos médicos legistas do IML (Instituto Médico Legal) de Maceió e de Arapiraca (a 152 km da capital). O aluguel do caminhão baú foi confirmado pelo diretor-geral do IML de Maceió, Luiz Antônio Mansur. "Entrei no clima de São João, pegando em rabo de foguete", afirmou Mansur. "É uma situação atípica. Os corpos não param de chegar e não tínhamos outra alternativa senão tomar providências semelhantes às de momentos de guerra", acrescentou. Para evitar uma reação violenta dos parentes dos mortos, como ocorreu no sábado passado, quando a polícia foi chamada para conter um princípio de tumulto, o diretor do IML autorizou a liberação dos corpos sem perícia. Segundo Luiz Mansur, os legistas até aceitam realizar os exames mais graves e os casos de flagrante durante a greve, mas não querem mais trabalhar no prédio onde funciona o IML. "Eles alegam falta de condições de trabalho", disse o diretor-geral. A constante falta d'água no prédio agrava o problema de higiene no local, em que é grande o mau cheiro e a quantidade de urubus, atraídos pelo odor dos cadáveres, alguns expostos a céu aberto. Nos fundos do IML, onde ficam os veículos e o caminhão frigorífico, havia na tarde desta quarta-feira pelo menos um corpo na maca, exposto ao sol.

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