quinta-feira, 21 de junho de 2012

Intelectuais ligados a PT se calam sobre aliança com Maluf

Intelectuais ligados ao PT silenciaram sobre a aliança com o deputado Paulo Maluf (PP-SP) na eleição paulistana e as críticas que culminaram com a saída de Luiza Erundina da vice na chapa de Fernando Haddad. Secretária da gestão Erundina na prefeitura (1989-1992), a filósofa Marilena Chaui se negou a falar: "Não vou dar entrevista, meu bem. Não acho nada da aliança. Nadinha. Até logo". Também egresso da equipe de Erundina e hoje no governo federal, o economista Paul Singer defendeu a candidatura de Haddad, mas disse que não se manifestaria sobre o apoio de Maluf. "Não tenho interesse em tornar pública qualquer opinião. Vai ficar entre mim e mim mesmo", afirmou. Também não quiseram fazer comentários os intelectuais Antonio Cândido, Gabriel Cohn e Eugênio Bucci. Já o sociólogo Emir Sader, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), disse não ver novidade no apoio, uma vez que o PP é da base aliada federal. "O fundamental é derrotar a tucanalha em São Paulo. Eu posso gostar ou não do Maluf, mas vou fazer campanha para o Haddad do mesmo jeito", disse ele. No Twitter, ele criticou a saída da deputada do PSB da chapa: "A Erundina sabia do apoio do Maluf quando aceitou ser candidata a vice. Então, por que aceitou?" O professor de sociologia da USP Ricardo Musse, que participa da elaboração do programa de governo de Haddad, disse que o tempo de TV do PP é relevante e que não tem importância a foto com o aperto de mão entre Maluf e o ex-presidente Lula, ao lado do pré-candidato do PT. "É um espetáculo midiático que dura 24 horas", disse. Musse argumentou que pelo menos desde 2002 o PT abriu o arco de alianças: "Maluf e Collor apoiaram Lula e apoiam Dilma. Não vi nada de inusitado". Fundador do PT e fora do partido desde o Mensalão, o advogado Hélio Bicudo disse que o partido "se deteriorou". "Vejo com naturalidade a aliança. Aqueles que são iguais, que têm o mesmo estofo, se cumprimentam", afirmou Bicudo, que foi vice-prefeito na gestão de Marta Suplicy (2001-2004) e apoiou o tucano José Serra para presidente em 2010.

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