quinta-feira, 21 de junho de 2012

Modelo de investimentos estatais no Brasil dá sinais de desgaste, diz The New York Times

O modelo de investimentos estatais, com sua grande influência nos rumos da economia brasileira, dá sinais de desgaste, afirma reportagem desta quarta-feira do "International Herald Tribune", a versão internacional do "New York Times". Fontes ouvidas pela reportagem dizem que a grande influência desses investimentos gera dependência econômica da mão estatal, pode sufocar o setor privado e provoca excessos: tantos projetos são difíceis de serem administrados simultaneamente, gerando atrasos, aumento de custos e problemas relacionados à mão de obra. "Numa demonstração da grande influência do governo brasileiro em quase todas as áreas importantes da economia, a presidente Dilma Rousseff está acelerando uma série de projetos de estímulo pelo País, na tentativa de enfrentar a desaceleração econômica", diz a reportagem. "Mas, num eco do debate sobre gastos estatais na Europa e nos Estados Unios, a ação de Dilma Rousseff está provocando ceticismo. Alguns temem que o Brasil esteja ficando muito dependente nos gastos estatais para amenizar os altos e baixos de sua economia baseada em commodities, enquanto outros temem que isso sufoque o setor privado, algo que pode reduzir o crescimento no longo prazo. O texto cita o papel do BNDES e sua participação em quase 200 empresas brasileiras (contra 95 há uma década) e projetos ligados ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e à Copa do Mundo de 2014. A reportagem do NYT aponta que "vários projetos de infraestrutura foram aprovados ao mesmo tempo, de estádios a hidrelétricas". Com isso, a alocação de recursos ficou difícil de ser gerenciada. "Atrasos e excessos de gastos, parcialmente derivados de falta de mão de obra, afetaram o projeto de US$ 4 bilhões de transposição do rio São Francisco", segue o texto.

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