quarta-feira, 13 de junho de 2012

PT e PCdoB blindam Protógenes, o amigo de Dadá do Cachoeira, no Conselho de Ética da Câmara

O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), participou, nesta quarta-feira, da sessão do Conselho de Ética da Casa para deixar clara a posição do partido a favor da não investigação do deputado federal Delegado Protógenes (PC do B-SP), a despeito de relatório do petista Amauri Teixeira (BA), que defende a abertura da investigação no órgão. Tatto afirmou que o PT não vê indícios suficientes para que a investigação prossiga e defendeu voto em separado, apresentado pelo deputado Sibá Machado (PT-AC), que pede o arquivamento da representação contra Protógenes. Um pedido de vistas, feito pelo deputado tucano Carlos Sampaio (SP), adiou para o início do julho a votação do parecer do petista Amauri Teixeira. Antes do pedido de vista, o deputado federal Sibá Machado (PT-AC) já havia apresentado um voto em separado pela não abertura do processo contra Protógenes Queiroz. Para apoiar o deputado, a líder do PCdoB, Luciana Santos (PE) e vários outros deputados do partido acompanharam Protógenes na sessão desta quarta-feira no conselho. O líder do PT pediu a palavra para deixar clara a posição do partido. “Queria esclarecer aos nobres pares que a posição do PT é a do voto em separado do deputado Sibá Machado. Temos convicção que não tem sentido abrir processo contra Protógenes no conselho”, disse Tatto. O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA) reagiu: “Aqui cada conselheiro tem mandato de dois anos para não sofrer ingerência dos partidos. Não tomamos conhecimento da posição dos partidos neste conselho, cada conselheiro tem que julgar de acordo com sua consciência. Respeito Vossa Excelência, mas o Conselho tem que ser independente e não ficar submetido a pressão". A representação contra Protógenes foi feita com base em reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo. Os tucanos destacam os diálogos telefônicos entre Protógenes e o sargento da reserva da Aeronáutica, Idalberto Matias, o Dadá, que chegou a ser preso por suspeita de integrar a quadrilha do bicheiro Carlos Cachoeira. Os diálogos, ocorridos em 2011, quando Protógenes já era deputado, foram interceptados pela Operação Monte Carlo da Polícia Federal, que investigou o esquema ilícito de Cachoeira. Segundo a representação, Protógenes, nos diálogos, dá dicas a Dadá de como ele deveria se portar diante de investigações contra ele, ou seja, estaria orientando pessoa envolvida em possíveis ilícitos sobre como se comportar, o que caracterizaria quebra de decoro parlamentar. Protógenes se defende, argumentando que as conversas com Dadá são decorrentes de relação dele com o sargento da reserva iniciadas em 2007 quando Protógenes, então delegado, chefiava um grupo operacional de inteligência da Polícia Federal. E que os contatos que recorda ter feito foram relacionados à Operação Satiagraha.

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