quarta-feira, 13 de junho de 2012

“Que gente estranha!” Ou: BNDES emprestou R$ 139 milhões a uma empresa inidônea. E nada de PT e PMDB permitirem investigação!


Do jornalista Reinaldo Azevedo - Então… Vejam que beleza a CPI lá reunida. A CGU e a Polícia Federal apontaram uma penca de fraudes da Delta já em 2010. Depois daquilo, a empresa celebrou mais de 30 contratos com o governo federal, somando quase R$ 800 milhões. Ontem, a mesma CGU declarou a construtora — a que mais recebeu por obras do PAC — inidônea. Não obstante, nada de investigar a Delta Nacional! PT e PMDB não deixam. Pior ainda: depois daquela operação da CGU e da PF, o BNDES — um banco de fomento (!) — emprestou R$ 139 milhões à empresa, a juros camaradas. A diferença entre o valor que o governo paga na captação do dinheiro no mercado (Selic) e o juro subsidiado para os eleitos cai nas nossas costas. Somos, assim, meio sócios da Delta, entenderam? Mas não das viagens a Paris. Se bem que não dá para encarar uma boquinha da garrafa com lenço na cabeça… A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) propôs ontem que se crie uma subcomissão para apurar as malandragens da Delta, também aquelas — a maior parte — que nada têm a ver com Carlinhos Cachoeira, mero operador da construtora no Centro-Oeste. E no resto do Brasil? Imagino os correspondentes estrangeiros, especialmente os acostumados a democracias organizadas, ao se dar conta da realidade brasileira:  “Que gente estranha essa! O próprio governo apura pilantragem numa empresa, mas celebra com ela um monte de negócios e ainda empresta dinheiro a juros subsidiados!”  “Que gente estranha essa! O próprio governo, que tem mais de R$ 4 bilhões em contrato com a empresa, diz que ela é inidônea, e o Parlamento, que mantém uma comissão de inquérito, nega-se a investigar a dita-cuja”.

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