terça-feira, 19 de junho de 2012

Senadores cobram proteção a juiz ameaçado em caso Cachoeira

Senadores subiram à tribuna nesta terça-feira para cobrar proteção ao juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pela Operação Monte Carlo, que pediu para deixar o caso por ter sido alvo de ameaças. Ex-procurador de Justiça, o senador Pedro Taques (PDT-MT) leu trechos de despacho do juiz encaminhado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região em que pede segurança e escolta, com relatos de que vinha sofrendo ameaças e não podia sair de casa diante do risco de sofrer represálias. "A história desse juiz está a repetir a mesma história da doutora Patrícia Acioli, no Rio de Janeiro. Ela pediu segurança ao tribunal, e esse não honrou essa magistrada, essa cidadã brasileira com segurança. Depois, nós vimos a morte dessa servidora pública no Estado do Rio de Janeiro", disse Taques. O senador criticou o juiz Tourinho Neto, do TRF da 1ª Região, que teria criticado na semana passada o desempenho do juiz. "Em tom de deboche, Tourinho Neto disse que o juiz estava prestes a 'pular o corguinho'. Essa é uma expressão que um desembargador deve usar diante de um juiz de 1º grau de jurisdição? Alguns desembargadores vivem na ilha da fantasia, acreditando, em seus nababescos gabinetes aqui em Brasília, que o crime organizado não existe", disse Taques. Presidente da CPI do Cachoeira, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) afirmou que o País precisa "identificar as pressões" sobre o magistrado que o levaram a deixar o caso. O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) cobrou do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) rigor na apuração das ameaças contra o juiz. "Eu imagino que a responsabilidade do Ministério da Justiça nesta hora seja, além da proteção evidentemente aos juízes e suas famílias, determinar que uma investigação rigorosa se faça para tentar alcançar os responsáveis por essas ameaças". Relator do processo contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Conselho de Ética do Senado, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que "num país onde nós temos a democracia plena não é aceitável que um servidor público não possa exercer o seu papel por conta de ameaças a sua integridade física, psicológica, moral".

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