sábado, 9 de junho de 2012

Supremo planeja sessões extras do Plenário pela manhã para compensar as sessões dedicadas ao Mensalão do PT

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, vai propor a realização de sessões extras da corte durante o período de julgamento do Mensalão do PT. A idéia é criar um turno de trabalho matutino do plenário para dar conta das outras causas do tribunal. Segundo o ministro, há cerca de 700 processos aguardando inclusão na pauta do pleno do Supremo, alguns prontos para julgamento desde o ano de 2000. "É preciso evitar que esses processos fiquem paralisados", disse. Pela programação do Supremo, os 14 primeiros dias de agosto serão dedicados ao Mensalão do PT, com cinco sessões por semana, de segunda a sexta-feira. Depois disso, a causa vai tomar três dias de cada semana até o fim do julgamento. Para o ministro Marco Aurélio, o ideal é, durante o período, realizar pelo menos duas sessões matutinas do pleno. Advogados dos acusados também demonstraram preocupação com o calendário do Supremo para o julgamento do Mensalão do PT. Alguns criticaram o fato de o roteiro prever cinco sustentações orais por dia. O criminalista Márcio Thomaz Bastos, defensor de José Roberto Salgado, ex-vice-presidente do Banco Rural, lembrou que advogados do caso propuseram ao Supremo que fossem feitas, no máximo, três sustentações orais por dia."Uma coisa é ouvir debates em um júri. Outra é ouvir sustentações orais, uma atrás da outra. Quando chega a vez do quarto ou quinto advogado, ninguém mais presta muita atenção", disse Bastos. Segundo Antônio Claudio Mariz de Oliveira, criminalista que defende Ayanna Tenória, a ex-dirigente do Banco Rural, "os advogados que falarem ao final das sessões encontrarão ministros desatentos pelo cansaço".

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