sábado, 23 de junho de 2012

Um mês antes de prisão, Cachoeira sabia até o nome da operação, Monte Carlo

Em conversas gravadas durante a investigação do esquema de exploração de jogos ilegais de Carlinhos Cachoeira, o bicheiro acionou informantes para descobrir se estava sendo investigado. Quase um mês antes de ser preso, ele pediu informações ao delegado federal Fernando Byron, que também foi preso. "Tem um processo lá na 11ª Vara (Federal de Goiás). Até o nome da operação já tem. É operação Monte Carlo. O que você acha?", pergunta o contraventor. "Décima primeira é especializada, né? Então é lavagem de dinheiro e desse negócio todo, mas não tem nada com a gente, não", diz o delegado. Cachoeira recebeu as primeiras informações sobre o inquérito, então na mão do juiz Paulo Augusto Moreira Lima (que deixou o caso esta semana, após relatar ameaças)-, do sócio José Olímpio Queiroga Neto, no início de fevereiro. "Que está lá o processo, isso é certeza como dois e dois são quatro. Não tem dúvida. Está lá com aquele vagabundo lá mesmo", diz. Cachoeira pergunta se o juiz já decretou alguma prisão, ao que o sócio nega, acrescentando que o juiz analisava o caso. O contraventor, no entanto, não conseguiu confirmar se figurava entre os investigados. Cerca de 20 dias antes de ser preso, ele disse ter recebido um documento, classificado em uma escuta como certidão, e avisou Queiroga Neto de que não havia nada contra o grupo. Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como Mensalão do PT.

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