domingo, 22 de julho de 2012

Documentos da Justiça de Jersey comprovam "comissões" pagas a Maluf


Terminado o julgamento das contas de Paulo Maluf na ilha inglesa de Jersey, documentos que advogados da empresa Durant, acusada de enriquecimento ilícito pela prefeitura de São Paulo, apresentaram aos juízes, apontam o envolvimento direto da família Maluf no caso. Esses são os primeiros documentos a se tornarem públicos indicando de forma escancarada que a família Maluf gerenciava a Durant International, e reconhecendo que Maluf recebeu pagamentos de “comissões” no Exterior, usando uma conta em Nova Iorque para transferir os recursos para Jersey. A alegação é de que o dinheiro não vem de pagamentos de subornos ou propinas. Mas os advogados insistem em confirmar que os pagamentos existem, sim. No Brasil, mesmo diante dessas evidências, os advogados de Maluf fazem questão de dizer que os advogados em Jersey não falam em nome do ex-prefeito. Para conferir os documentos dados pelo escritório Walker, que representa a Durant no caso, ao juiz Howard Page, é só acessar o link: http://estadao.br.msn.com/fotos/maluf. No primeiro deles, datado de novembro de 2010 e entregue à Corte de Jersey, o advogado afirma que Maluf tinha “interesses diretos ou indiretos” na Durant, empresa offshore que tem seus ativos bloqueados. No segundo, menos de um ano depois, o escritório enviaria ao mesmo juiz de Jersey, em março do ano passado, uma correção importante. Pela nova versão, Maluf não tinha qualquer interesse na empresa offshore. Mas seu filho, Flávio, era seu “diretor”. A companhia tem sua sede nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal. Para concluir, os advogados apontam que Paulo Maluf de fato recebeu dinheiro na conta da Durant em Jersey. Mas o dinheiro seria fruto de “negócios legítimos”. Por apresentar executivos de duas empresas que depois fechariam negócios entre Brasil e Argentina, Maluf recebeu “comissões”. Se não bastasse, os advogados apontam que Maluf não sabia que o dinheiro chegaria a Jersey usando uma conta nos Estados Unidos, a Chanani. Ou seja, Paulo Maluf recebeu dinheiro de comissões na conta de uma empresa em Jersey que, por coincidência, tinha como diretor seu próprio filho.

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