terça-feira, 3 de julho de 2012

Gigantes do petróleo querem comprar blocos da Petrobras nos Estados Unidos

A Petrobras acelerou o processo de venda de blocos de exploração de petróleo que possui nos Estados Unidos, despertando interesse das maiores petrolíferas do mundo. Já foram contratados bancos para intermediar as negociações, e as principais candidatas à compra são a Shell, Chevron, BP e Exxon, já parceiras da estatal em alguns blocos na parte norte-americana do Golfo do México. A Sinopec, que não é sócia da Petrobras na região, já demonstrou oficialmente apetite pelos ativos por meio de correspondência à Petrobras. Equipes chinesas foram recentemente ao Golfo do México para avaliar os blocos. O objetivo da estatal brasileira, que deve se desfazer dos ativos nos próximos meses, é fazer caixa que ajude a empresa a cumprir o plano de investimentos no Brasil de 236,5 bilhões de dólares em cinco anos. No mesmo plano, a Petrobras também previu um desinvestimento de 14,8 bilhões de dólares, a maior parte no Exterior, valor que inclui os blocos a serem vendidos nos Estados Unidos. A Petrobras tem participação em 173 blocos de petróleo nos Estados Unidos, onde atua como operadora em 127 deles. Todos os ativos de exploração e produção no Golfo do México onde a companhia possui participação minoritária devem ser alienados. Entre os áreas que despertam interesse estão Saint Malo, onde a estatal possui 25%, no campo operado pela Chevron (com 51%); Stones (operado pela Shell, onde a estatal detém 25%); e Tiber (onde a brasileira tem 20% e a BP é a operadora, com 61%). No complexo de Hadrian, que engloba vários campos petrolíferos, a Petrobras possui em média 25%, em sociedade com a Exxon (operadora), Anadarko e Eni. A companhia brasileira também possui fatias minoritárias nos campos de Logan (com Statoil e Ecopetrol) e Lucius (Anadarko). Já nos campos de Cascade e Chinook, que já estão em fase de desenvolvimento e onde a Petrobras é majoritária, a estratégia era, no início, não se desfazer dos blocos. Mas, diante da necessidade de caixa para cumprir o seu plano de investimentos, a estatal avalia vender os ativos. Em Cascade, onde a produção começou no início do ano, a Petrobras possui 100% do negócio e em Chinook detém 66,7%, em parceria com a Total. Cascade e Chinook estão em uma nova fronteira exploratória dos Estados Unidos, em águas profundas, onde a perfuração de um poço é mais cara. Além disso, para a Petrobras compensa mais investir em produção no Brasil do que no exterior, considerando que em águas brasileiras a estatal conta com melhor estrutura para escoar o seu petróleo. A expectativa para Cascade é de uma extração de até 20 mil barris por dia até o fim do ano. Além dos blocos, duas refinarias, uma no Texas e outra no Japão, já foram colocadas à venda.

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