terça-feira, 10 de julho de 2012

Goleiro Bruno confirma autoria de carta

Os advogados do goleiro Bruno Fernandes (do Flamengo) disseram nesta segunda-feira que ele confirmou a autencidade da carta divulgada pela revista "Veja" e explicaram o contexto em que ela foi escrita. Os defensores Rui Pimenta e Francisco Simim visitaram o jogador na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo eles, a carta representa o rompimento da amizade de Bruno com Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, se realmente ele tivesse envolvido com o desaparecimento de Eliza. No texto, é pedido também que Macarrão reconheça que é responsável pelo crime, afirmaram os advogados. A edição deste fim de semana da revista “Veja” divulgou o teor da carta escrita pelo goleiro Bruno no presídio para Macarrão. Os dois estão presos suspeitos de participação na morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. No texto, o jogador pede a Macarrão para usar o “plano B”, que, segundo a reportagem, seria assumir a culpa sozinho pela morte e isentar o goleiro de culpa. "O que o Bruno quis ressaltar é que assumir o "plano B" era uma obrigação do Macarrão, porque o Macarrão havia traído Bruno quando sumiu com a Eliza", justificou Pimenta. Segundo o advogado, Eliza foi morta sem o consentimento do jogador. Pimenta alega que a carta foi redigida em novembro do ano passado e veio a público com o final apagado, dando margem a distorções. Ele afirmou ao G1 que, no trecho final Bruno disse ter escrito: "Macarrão, você tem realmente que assumir este crime porque eu não posso pagar por sua traição. Eu não mandei você sumir com a Eliza", relatou. Segundo a reportagem da revista, o goleiro chega a pedir perdão ao amigo. "Maka, eu não sei como dizer isso, mas conversei muito com os nossos advogados e eles chegaram a uma conclusão devido aos últimos acontecimentos e descobertas sobre o processo e investigações. Nós conversamos muito e eles acham que a melhor forma para resolvermos isso é usando o plano B", diz o texto. "Eu, sinceramente, não pediria isso pra você, mas hoje não temos que pensar em nós somente! Temos uma grande responsabilidade que são nossas crianças, então, meu irmão, peço que pense nisso e do fundo do meu coração me perdoe, eu sempre fui e sempre serei homem com você”, diz a carta publicada pela "Veja". A delegada Alessandra Wilke disse ao G1, neste sábado (7), que a carta não consta do inquérito. A revista informa que obteve a carta "interceptada por um agente penitenciário". Para a delegada, o texto trata da mudança da estratégia da defesa do goleiro, que passou a assumir a morte de Eliza, mas nega envolvimento com o crime. Alessandra diz ver na defesa do goleiro uma intenção de que os outros réus assumam a culpa. "Todos estão unidos para livrar o Bruno", disse. O goleiro Bruno está detido na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Minas Gerais. Em maio, ele obteve liberdade condicional referente ao processo de cárcere privado e lesão corporal de Eliza, pelo qual o atleta foi condenado pela Justiça do Rio de Janeiro a quatro anos e seis meses de prisão. Mas, para deixar a prisão, o jogador ainda depende do julgamento de um pedido de habeas corpus pelo Supremo Tribunal Federal relacionado ao desaparecimento e morte da ex-amante. Em junho passado, o caso Eliza Samudio completou dois anos sem previsão de julgamento.

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