quarta-feira, 25 de julho de 2012

Líder Payá é enterrado em Havana e dissidência denuncia prisões no funeral

O opositor cubano Oswaldo Payá, morto no domingo em um acidente de trânsito, foi enterrado nesta terça-feira, no Cemitério Colón de Havana, onde a dissidência interna denunciou várias prisões após o funeral. Mais de 300 pessoas acompanharam o corpo nos últimos momentos depois do velório oficiado pelo cardeal cubano, Jaime Ortega, na igreja que Payá costumava frequentar. Após o ato religioso, quando os presentes começaram a ir para o cemitério, ocorreram várias detenções ao redor da igreja, entre elas a do jornalista independente Guillermo Fariñas, informou Elizardo Sánchez, líder da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN). O grupo registrou, até o momento, entre seis e dez detenções, embora não descarte que possa ter havido mais. Já no Cemitério de Colón, familiares, amigos, religiosos e membros da dissidência acompanharam o cortejo fúnebre da entrada do cemitério até a câmara mortuária familiar, com cantos religiosos e rezas, enquanto alguns faziam sinais da liberdade. Dezenas de pessoas reunidas na capela principal do cemitério despediram-se de Payá com um aplauso ao fim da breve cerimônia celebrada pelos bispos auxiliares de Havana monsenhor Alfredo Petit e monsenhor Juan de Dios Hernández, e pelos amigos da família. A viúva de Payá, Ofelia Acevedo, agradeceu na despedida pela companhia e colaboração dos "irmãos da oposição" do ex-líder do Movimento Cristão de Libertação (MCL), assim como aos companheiros na organização e aos colegas de trabalho do marido. "Seu trabalho silencioso com o povo de Cuba tornou possível o Projeto Varela, fez acontecer o Projeto Heredia e continuará dando frutos até conseguir finalmente que os cubanos conquistemos nossos direitos", afirmou Ofelia.

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