domingo, 1 de julho de 2012

Milhões de filhos brasileiros não são reconhecidos pelos pais

À margem das estatísticas oficiais, milhares de brasileiros renegam a paternidade e o cuidado de seus descendentes, e ajudam a formar uma geração de filhos da mãe, mais exposta à violência e ao crime pela desestruturação familiar. Estimativa realizada pela Corregedoria Nacional de Justiça, com base em declarações dos alunos no Censo Escolar de 2009, indicou que 4,8 milhões de estudantes brasileiros não tinham o pai em seus registros, o que representava 9,1% do total. Para uma das pioneiras no estudo da falta de reconhecimento paterno no País, a gaúcha Ana Liési Thurler, a ausência seria ainda maior: depois de analisar 180 mil certidões em sua tese de doutorado em sociologia pela Universidade de Brasília, projetou que 30% dos filhos não eram reconhecidos pelo homem que os gerou. O estudo deu origem ao livro "Em Nome da Mãe", publicado em 2009. Atualmente, com o avanço de políticas públicas como o projeto "Pai Presente", lançado pelo CNJ em 2010, a pesquisadora estima que as certidões de nascimento sem o pai responderiam por 15% a 20% dos registros, o que representaria até 600 mil crianças sem pai.

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