quarta-feira, 25 de julho de 2012

Pagamento das dívidas por meio de Marcos Valério "deu errado", diz Delúbio Soares

O ex-tesoureiro nacional do PT, Delúbio Soares, disse nesta terça-feira que a engenharia financeira montada por ele para quitar as dívidas de partidos da base aliada "deu errado, deu essa confusão toda", mas negou que o partido tenha corrompido parlamentares. Segundo o ex-tesoureiro, o diretório nacional do PT o autorizou, em reunião, a captar recursos "junto à rede bancária" para quitar dívidas eleitorais contraídas durante a campanha eleitoral de 2002. Como "o partido não tinha lastro financeiro" para contrair empréstimos bancários no valor de R$ 60 milhões, disse Delúbio Soares, ele recorreu às empresas do publicitário Marcos Valério de Souza, que captaram o dinheiro nos bancos e o repassaram ao ex-tesoureiro. Delúbio Soares falou por cerca de 20 minutos durante um ato de apoio a ele convocado pela Juventude do PT do Distrito Federal, que reuniu cerca de cem pessoas na sede da CUT (Central Única dos Trabalhadores) do Distrito Federal. O ato ocorreu dez dias antes do início do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal. Delúbio reconheceu os saques em dinheiro, os pagamentos a partidos e parlamentares e o repasse, ao PT, de recursos captados por Valério, mas disse que a operação se destinou a quitar dívidas contraídas por um caixa dois eleitoral. "O que houve foi pagamento de dívidas eleitorais que as direções regionais e os partidos aliados trouxeram ao diretório nacional e que o Partido dos Trabalhadores, durante uma reunião, pediu uma solução. Deu errado, deu essa confusão toda. E estamos pagando um preço", disse Delúbio Soares. O ex-tesoureiro foi saudado aos brados de "Delúbio guerreiro do povo brasileiro" por uma platéia formada por sindicalistas, militantes e funcionários públicos do governo do Distrito Federal. Estavam na plateia o presidente do BRB (Banco Regional de Brasília), Jacques Pena, o secretário de Administração Pública do Governo do Distrito Federal, Vilmar Lacerda, o deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF) e o presidente do diretório regional do PT-DF, Roberto Policarpo.

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