domingo, 8 de julho de 2012

Petrobras realiza operação inédita em plataforma no Pólo Naval de Rio Grande

A Petrobras concluiu no sábado o deck mating da plataforma semissubmersível P-55, no Polo Naval do Rio Grande (RS), no Estaleiro Rio Grande. A operação consiste no acoplamento entre o deckbox da plataforma, parte superior, com o casco, parte inferior, também chamada de lower hull. O deck mating foi realizado por meio do içamento do deckbox, técnica inédita no Brasil, e que pode ser considerado o maior realizado em todo mundo até hoje, devido ao peso da estrutura e a altura a que foi erguida. Para o içamento do deckbox, que pesa cerca de 17 mil toneladas, foi montado um sistema com 12 torres, ligadas a 24 macacos hidráulicos, cada um com capacidade de erguer até 900 toneladas, para elevar o equipamento até a altura de 47,2 metros em relação ao fundo do dique seco do estaleiro.
Para erguer a estrutura foram utilizados 24 conjuntos de 54 cabos de aço cada. Cada cabo possui 18 milímetros de diâmetro e 60 metros de comprimento, totalizando cerca de 77 quilômetros. Nos próximos meses serão realizadas a instalação dos módulos e a integração dos sistemas. Com a conclusão desta etapa, a plataforma semissubmersível P-55 será transportada para o campo de Roncador, na Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro, para início de operação em setembro de 2013.
Em pleno funcionamento, a P-55 terá capacidade de produzir até 180 mil barris de petróleo e seis milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. A presidente da empresa, Maria das Graças Silva Foster, esteve no Pólo Naval do Rio Grande durante o deck mating, acompanhada dos diretores da companhia. Graça também destacou o ineditismo da operação e o potencial do polo naval. "É a primeira vez que um deck mating, integração de módulos e casco, é feito desta maneira. O deckbox, que pesa 17 mil toneladas, foi elevado a mais de 40 metros e colocado sobre o casco. Usualmente, o que se faz é abaixar o casco. A P-55 e os oito FPSOs replicantes, a serem construídos aqui, serão obras de referência nacional e internacional".
Os FPSOs replicantes são uma nova geração de plataformas, concebidas segundo parâmetros de simplificação de projetos e padronização de equipamentos. A produção, em série, de cascos idênticos permitirá maior rapidez no processo de construção, ganho de escala e a consequente otimização de custos. O projeto do casco da P-55 foi desenvolvido pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), fruto de vários anos de pesquisa e de desenvolvimentos de engenharia em parceria com universidades brasileiras, com tecnologia 100% nacional.
O deck mating teve início no dia 25 de junho, quando o deckbox foi elevado pela primeira vez até a altura de 20 centímetros para realização de testes e pesagem final. Em 27 de junho, o processo de içamento do deckbox prosseguiu e, no dia seguinte, atingiu o nível de 15,4 metros de altura em relação ao fundo do dique. Em paralelo, foi realizado o rearranjo dos apoios do casco (picadeiros) e montagem das defensas dentro do dique, trabalho concluído em 30 de junho.
No mesmo dia foi iniciado o processo de alagamento do dique, com a abertura das válvulas dos dutos de captação. Cerca de 642 milhões de litros de água foram necessários para encher o dique até uma profundidade de 13,8 metros. Concluído o alagamento, a porta batel foi retirada (2/7) para a manobra de entrada do casco da P-55 no dique, e em seguida reinstalada para vedação do dique.
O esvaziamento do dique, ao nível 7,2 metros, aconteceu no dia seguinte. Nos dias 5 e 6 de julho, o deckbox foi erguido até a altura máxima, de 47,2 metros, e o casco foi alinhado. No sábado o casco assumiu sua posição final, embaixo do deckbox, e a estrutura suspensa foi assentada sobre ele, concluindo assim a operação de deck mating da P-55.
A próxima etapa será o esvaziamento do dique até que o casco, já acoplado ao deckbox, fique totalmente apoiado nos picadeiros (grandes blocos de concreto) no fundo da estrutura.

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