quarta-feira, 18 de julho de 2012

Sérgio Cabral já avisou a Dilma que deve deixar o governo em 2013

O governador Sérgio Cabral está decidido a deixar o Palácio Guanabara em dezembro do próximo ano. A idéia está em estágio tão avançado que Sérgio Cabral já conversou sobre o assunto com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Lula. A saída antecipada beneficiaria três de seus principais aliados em uma só tacada: o vice-governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes, e o filho do governador, Marco Antônio Cabral. Com a saída de Sérgio Cabral em dezembro de 2013, Pezão teria dez meses até as eleições, se apresentando à população como governador, inaugurando obras, gerindo a máquina e participando de eventos de governo. Esse foi justamente o argumento apresentado por Cabral a Dilma. Em uma conversa com Dilma no Palácio Guanabara no fim de abril, quando se comemorou a marca de 1 milhão de beneficiários do programa Renda Melhor, o governador falou com a presidente sobre o plano de deixar o cargo. Segundo Cabral, Pezão tinha de “ganhar musculatura” e não haveria melhor forma de fazê-lo do que “no cargo”. Ao mesmo tempo, essa estratégia atende outro compromisso de Sérgio Cabral: pavimentar o caminho de Eduardo Paes para ser governador do Rio de Janeiro em 2018. Concorrendo ao governo no exercício do mandato, Pezão ficaria impossibilitado de disputar a reeleição em 2018, beneficiando, então, o prefeito do Rio de Janeiro. Caso consiga se reeleger em outubro, Eduardo Paes ficaria na prefeitura até 2016, aproveitando a Copa e as Olimpíadas, e seria candidato do PMDB a governador, com apoio de Pezão e Sérgio Cabral, em 2018. Em contrapartida, isso garantiria também a dedicação integral do atual prefeito na campanha de Pezão em 2014. Além de resolver as situações de Paes e Pezão, a saída de Cabral do governo em dezembro de 2013 permitiria ao governador construir a carreira de seu herdeiro: o filho Marco Antônio Cabral. Assessor de Paes na prefeitura do Rio de Janeiro, Marco Antônio já conquistou aliados no círculo político, mas não poderia concorrer em 2014 caso Cabral continuasse no governo. A Constituição proíbe que parentes de até segundo grau de presidentes, governadores e prefeitos sejam candidatos na mesma jurisdição.

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