sexta-feira, 27 de julho de 2012

Tripulação turca acusada de jogar camaronês ao mar está retida em cidade portuária paranaense

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal apuram a denúncia feita por um camaronês que afirma ter sido agredido e lançado ao mar pela tripulação turca de um navio, a cerca de 15 quilômetros da costa brasileira, na região de Paranaguá (PR). Todos os 19 integrantes da tripulação estão mantidos sob liberdade vigiada, proibidos de deixar a cidade. O soldador camaronês Ondobo Wilfred, de 28 anos, afirmou em depoimento que entrou clandestinamente na embarcação, que tem bandeira de Malta, no porto de Douala, em Camarões. Desempregado, ele tinha como objetivo chegar à Europa ou aos Estados Unidos. Após oito dias no navio, quando seu estoque de comida e água acabou, ele foi descoberto pela tripulação, agredido com chutes e tapas e mantido preso em uma cabine. Um dos agressores, de acordo com o depoimento, teria dito que "não gostava de preto" e que, para ele, "todos os negros são animais". Três dias após ter sido descoberto, a tripulação o teria abandonado à deriva, em mar aberto, com apenas uma pequena estrutura de madeira, 150 euros e uma lanterna. Depois de 11 horas, foi avistado pela tripulação de um navio chileno, que fez o resgate. De acordo com o Ministério Público Federal, a tripulação do navio negou que tenha encontrado um clandestino a bordo. Mas busca autorizada pela Justiça indicou a presença do camaronês no navio pela descrição de detalhes do interior da embarcação e pela apreensão de uma fotografia que a vítima escondeu com objetivo de comprovar sua permanência no local. O camaronês relatou ter colado uma fotografia sob a pia da sala onde teria sofrido as agressões. A fotografia foi encontrada pelos agentes da Polícia Federal.

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