sexta-feira, 27 de julho de 2012

Universitária morre depois de esperar leito do SUS por três dias

Uma universitária morreu na quinta-feira, enquanto esperava por um leito do Sistema Único de Saúde (SUS) no Pronto-Socorro Central de Bauru (PSC), no interior de São Paulo. Dryelli Carla Alves de Brito, de 22 anos, aguardava a internação para tratamento de colecistite aguda calculosa (inflamação e cálculos na vesícula). Outras 47 pessoas também estavam na fila. A estudante deu entrada no sistema no dia 22, num posto de saúde de bairro, e esperava a internação deitada numa maca no corredor do PSC. No dia 24, seu estado se agravou, mas quando conseguiram a transferência para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Promissão, cidade a 122 quilômetros de Bauru, já era tarde. A moça morreu sem que fosse transferida. Este não é o único caso registrado na cidade nesta semana: na última segunda-feira, o aposentado Antonio Toledo, de 76 anos, morreu depois de aguardar por quatro dias uma vaga em uma UTI. Ele entrou no sistema no dia 19 com sintomas de síndrome respiratória grave e morreu no dia 23, sem que a vaga fosse disponibilizada. As mortes ocorrem há mais de um ano. Entre maio e junho do ano passado, 30 pessoas morreram enquanto esperavam, improvisadas no PSC, por vagas de internação. As autoridades de saúde trocam acusações. O município diz que o governo do Estado não consegue disponibilizar as vagas no tempo necessário e a Secretaria da Saúde nega qualquer responsabilidade pelas mortes, afirmando que o município não faz os pedidos corretamente. O diretor do PSC, Luiz Antônio Sabbag, disse que outras mortes já ocorreram e novas deverão acontecer devido ao mesmo problema. Nesta sexta-feira, 25 pessoas aguardavam por internações sem que houvesse leitos para todas elas.

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