domingo, 19 de agosto de 2012

Confronto público entre líderes israelenses acirra debate sobre ataque ao Irã

A troca de farpas entre o presidente de Israel, Shimon Peres, e o premiê, Binyamin Netanyahu, sobre um possivel ataque ao Irã sem a concordância dos Estados Unidos, acirra o debate na sociedade israelense acerca das medidas que o país deve tomar diante do projeto nuclear iraniano. Em face das especulações sobre um ataque preventivo ao Irã, Peres afirmou que Israel não deve "agir sozinho" contra o projeto nuclear iraniano, mas sim "ir junto com os Estados Unidos". "Está claro que não podemos fazer isto sozinhos, podemos só adiar", afirmou o presidente, ecoando a declaração do general Martin Dempsey, chefe das Forças Armadas americanas, que disse há poucos dias que Israel "não tem a capacidade para destruir o projeto nuclear iraniano, só para retardá-lo". Netanyahu reagiu e respondeu duramente o presidente, criando uma crise sem precedentes nas relações dos dois líderes. "Peres esqueceu qual é a função do presidente", afirmou Netanyahu, em referência ao fato de que em Israel o cargo do chefe de Estado não tem caráter executivo. O debate em Israel sobre um possível ataque ao Irã tornou-se público há cerca de um ano, quando a imprensa local divulgou um suposto plano de autoria de Netanyahu e do ministro da Defesa, Ehud Barak. Até então a possibilidade de tal ataque era discutida apenas nos bastidores do poder. O confronto público entre Peres e Netanyahu ocorre em meio a um aumento dos rumores sobre um possivel ataque israelense ao Irã antes das eleições nos Estados Unidos, previstas para 6 de novembro.

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