domingo, 12 de agosto de 2012

Defesa de empresários ligados a corretoras nega vínculo com Mensalão do PT

As defesas dos dois empresários acusados de terem suas corretoras usadas no Mensalão do PT disseram na sexta-feira, durante julgamento no Supremo Tribunal Federal, que os réus desconheciam as irregularidades e não tinham ligações com os alegados integrantes do suposto esquema. Breno Fischberg, que era um dos sócios da corretora Bônus Banval, e Carlos Alberto Quaglia, que era dono da Natimar, são acusados de terem sido responsáveis pela lavagem de dinheiro para os réus do PP. Eles também são acusados pelo crime de formação de quadrilha. O advogado de Fischberg, Guilherme Alfredo de Moraes, disse ser "evidente" por depoimentos que o réu não conhecia o publicitário Marcos Valério, apontado na denúncia do Ministério Público Federal como o principal operador do esquema petista. O advogado disse que seu cliente desconhecia as irregularidades das transações ocorridas na corretora ou o destino dos recursos. Segundo a acusação, Fischberg teria recebido 11 milhões de reais para repassar para pessoas ligadas ao PP. Moraes disse que Fischberg desconhecia os políticos apontados como recebedores dos repasses ou a ilegalidade da origem dos valores, não tinha vínculo com nenhum partido, e alegou que órgãos de fiscalização foram incapazes de identificar qualquer irregularidade nas operações. "Não há nenhuma prova que possa ligar o acusado aos fatos", disse Moraes, que pediu a absolvição do réu: "Como poderia Fischberg desconfiar que aqueles valores eram ligados a um sistema de compra de votos?" Moraes alegou ainda que Fischberg tornou-se réu por uma "lamentável soma de equívocos" e leu, como outras defesas já haviam feito, uma decisão do ministro Celso de Mello, segundo a qual a simples sociedade não implica culpa de todos os sócios, caso um deles pratique crimes, para rebater a acusação de formação de quadrilha.

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