quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Defesa de João Paulo recorre a ministro da Justiça e Aécio Neves

A defesa do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) recorreu a um depoimento do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e à contratação no passado de um jornalista pelo agora senador Aécio Neves (PSDB-MG) para defender Cunha de uma acusação de peculato no processo do Mensalão do PT no Supremo Tribunal Federal. Cunha é o único réu candidato nas eleições de outubro. Ele disputa a prefeitura de Osasco (SP). O advogado Alberto Toron começou sua exposição defendendo a contratação do jornalista Luiz Costa Pinto por meio de empresa do próprio jornalista para atuar na Câmara. O Ministério Público sustenta que o profissional prestou serviços a Cunha, não à instituição. Toron destacou depoimento de parlamentares de diversos partidos e enfatizou as declarações de Cardozo em juízo. O ministro afirmou que o jornalista trabalhava para a Câmara. O senador tucano Aécio Neves foi lembrado pelo advogado por já ter, no passado, contratado o mesmo jornalista da mesma forma (que Cunha contratou) quando ocupou a presidência da Casa. "Não se pode falar em peculato porque o trabalho foi contratado e prestado, um trabalho que vinha desde a época do presidente Aécio Neves", destacou. Toron afirmou que o fato de a empresa do jornalista ser registrada em sua residência não é um problema e voltou a dizer que se isso fosse alvo de questionamento a pergunta devia ser novamente levada também a Aécio Neves. "É uma questão fiscal". O jornalista Luiz Costa Pinto fraudou uma matéria da revista Veja e confessou isso, anos depois. A matéria deu capa de Veja e acusou o ex-deputado federal Ibsen Pinheiro de desviar um milhão de dólares para o Exterior. O recibo exibido, na verdade, mostrava o envio de tão somente 1.000 dólares para uma casa de câmbio de Rivera, no Uruguai. A revista Veja publicou a matéria, mesmo sabendo da falha do documento. Quem autorizou a publicação da matéria foi o jornalista Paulo Moreira Leite, ex-membro da organização estudantil trotskista Libelu. Luiz Costa Pinto recebeu a informação e o documento na sucursal da revista Veja, em Brasília. O portador foi Waldomiro Diniz, que era assessor da bancada do PT na Câmara dos Deputados, na época da CPI do Orçamento, e morava no mesmo apartamento dividido com os então deputados federais petistas José Dirceu e Aloizio Mercadante, dois dos mais destacados e atuantes membros da CPI do Orçamento. A matéria de capa da revista Veja provocou a cassação do mandato de Ibsen Pinheiro, que também saiu do páreo pela corrida à Presidência da República, o que representou benefício direto para o candidato do PT, Lula. Portanto, Luiz Paulo Cunha é um velho conhecido dos petistas, muito ligado a eles. Já o jornalista Paulo Moreira Leite, em São Paulo, é muito amigo do argentino Felipe Belisario Wermus, vulgo Luis Favre, ex-marido de Marta Suplicy. Ele foi um dos dirigentes da 4ª Internacional, que supervisionava a trotskista Libelu de Paulo Moreira Leite.

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