quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Defesas de Marcos Valério e petista João Paulo Cunha declaram surpresa com voto condenatório do relator do Mensalão do PT

Os advogados dos três primeiros réus que tiveram a condenação solicitada nesta quinta-feira pelo relator da ação penal do Mensalão do PT, ministro Joaquim Barbosa, se disseram surpresos com o formato e argumentos usados pelo ministro. O ministro votou pela condenação dos empresários Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, sócios na agência SMP&B, por corrupção ativa, e do ex-presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Barbosa começou nesta quinta a leitura de seu voto e preferiu seguir os itens conforme constam na denúncia. O relator iniciou analisando a relação entre João Paulo Cunha e a agência de publicidade SMP&B. Alberto Toron, advogado do deputado João Paulo Cunha, que concorre à prefeitura de Osasco, se disse surpreso com a escolha de Cunha, segundo ele, uma "figura lateral" do esquema do Mensalão do PT, para iniciar seu voto. Para o advogado de Ramon Hollerbach, apesar da longa explanação, Barbosa "não demonstrou provas" de crime contra seu cliente. "Ele bate muito no Ramon, mas não dá provas", disse Hermes Guerreiro. A defesa de Cristiano Paz, conduzida pelo advogado Castelar Guimarães Neto, afirmou ter certeza que os demais ministros terão visão diferente. "Barbosa está se atendo à prova do inquérito policial, sem exposição ao contraditório", afirmou Castelar. Já o advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, disse que ficaria "em silêncio obsequioso" e à espera do voto dos outros 10 ministros. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, a SMP&B foi uma das agências usadas para desviar recursos públicos e repassá-los para a compra de apoio parlamentar.

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