terça-feira, 7 de agosto de 2012

Ex-sócio de Marcos Valério cuidava só de criação, diz advogado

O advogado Castellar Modesto Guimarães afirmou na tarde desta terça-feira, durante sustentação oral no julgamento do Mensalão do PT, no Supremo Tribunal Federal, que o seu cliente, o publicitário Cristiano de Mello Paz, cuidava exclusivamente da parte de criação na agência de publicidade SMP&B. Paz foi sócio do publicitário Marcos Valério na agência, envolvida no escândalo do Mensalão do PT. Segundo o defensor, era Marcos Valério quem geria as finanças da empresa. "A tarefa que lhe cabe (de criação) é superexaustiva. Ele se dedica integralmente a essa tarefa, impossibilitando, de forma muito clara, a participação dele em qualquer outra atividade", disse Guimarães, na primeira sustentação oral do quarto dia do julgamento do Mensalão do PT pelo Supremo Tribunal Federal. O advogado afirmou que a prova testemunhal colhida durante o processo comprovou que Cristiano Paz tinha como atividade "específica e única" a criação de campanhas. Ele citou vários depoimentos para confirmar a tese, entre eles o do também publicitário Duda Mendonça, réu na ação penal. Na sua exposição de 39 minutos, Guimarães não comentou o fato de Paz ter assinado os empréstimos tomados pelas agências de Marcos Valério. Segundo o Ministério Público, os empréstimos são de fachada e serviram para abastecer o esquema de compra de apoio parlamentar no Congresso durante o governo Lula. O sócio de Marcos Valério, para o procurador-geral, participou ativamente de fraudes contábeis na agência. A defesa criticou o fato de o Ministério Público nunca ter demonstrado no curso da instrução do processo qual a atuação específica do publicitário no caso. "Resta um fato indiscutível: Cristiano Paz era sócio da SMP&B. E me parece que só com base neste fato, de ser sócio de Marcos Valério e Ramon Hollerbach, que ele responde este processo", disse. Segundo Guimarães, nenhuma das testemunhas ouvidas durante o processo mencionou o comportamento, a função e a atuação do publicitário. Ele disse que ficou com uma "pitada de tristeza" porque, nas alegações finais, o Ministério Pùblico não pediu a absolvição do seu cliente.

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