segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Greve e demissões afetam obra de refinaria da Petrobras

A demissão de centenas de operários das obras da Refinaria Abreu e Lima ocorrida nesta segunda-feira, após uma greve deflagrada nas últimas semanas, pode atrasar ainda mais o cronograma de uma das principais obras da Petrobras. A paralisação iniciada em 1º de agosto foi encerrada por ordem judicial. Ao voltarem para o trabalho nesta segunda-feira, os trabalhadores souberam que estavam demitidos, segundo o sindicato. A greve deste mês foi somente mais uma registrada nas obras da Abreu e Lima. Os protestos do último ano e meio paralisaram em pelo menos 60 dias as obras da refinaria Abreu e Lima. E a retomada dos trabalhos após as greves ocorre em ritmo mais lento. O início das operações da Abreu e Lima já foi adiado cinco vezes. O cronograma inicial da refinaria, em construção no Estado de Pernambuco, previa a partida do primeiro trem de refino em novembro de 2011. Hoje, a previsão é de que a refinaria fique pronta somente em novembro de 2014, segundo a Petrobras. O custo inicial do projeto, segundo dados oficiais do plano de negócios da estatal para o período 2012-2016, era de 2,3 bilhões de dólares. Atualmente o seu custo total já chega 20,1 bilhões de dólares, ou nove vezes o valor inicial, segundo a estatal. O atraso da refinaria ocorre em um momento em que a Petrobras atinge recordes de importação de combustíveis que a levaram, juntamente com o câmbio, a um prejuízo trimestral de 1,34 bilhão de reais de abril a junho, o primeiro em 13 anos. Nesta segunda-feira, após duas semanas de greve, vários empregados foram demitidos pelos consórcios Conest e Ipojuca e por outras construtoras que prestam serviços à Petrobras na obra. O consórcio Ipojuca é liderado pelas empreiteiras Queiroz Galvão e Iesa. O Conest é formado por Odebrecht e OAS. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE), cerca de 500 trabalhadores teriam sido dispensados. Mas pessoas ligadas a outros sindicatos disseram que as demissões poderiam chegar a mil. O projeto de construção da Refinaria Abreu e Lima foi lançado em 2005 em cerimônia com o então presidente Lula e o ditador da Venezuela, Hugo Chávez. Pelo acordo, a estatal venezuelana PDVSA teria 40% do empreendimento. A Petrobras já construiu sozinha mais da metade do projeto, e o investimento venezuelano ainda não foi feito.

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