domingo, 5 de agosto de 2012

GURGEL AFIRMA QUE PETISTA JOÃO PAULO CUNHA RECEBEU R$ 50 MIL DE MARCOS VALÉRIO


O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou na sexta-feira que não há argumentos "minimamente aceitáveis" para justificar o fato de o ex-presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), ter recebido R$ 50 mil de uma empresa de Marcos Valério que, pouco depois, venceu a licitação para prestar serviços de publicidade para a Casa Legislativa. Gurgel relatou que Márcia Regina Cunha, mulher do deputado federal, esteve no dia 4 de setembro de 2003 na agência do Banco Rural em Brasília para receber R$ 50 mil em espécie. No dia 16 daquele mês, a agência de publicidade SMP&B, que tinha Marcos Valério como um dos sócios, ganhou a concorrência pública. O procurador disse que a mulher de João Paulo admitiu, em depoimento, que repassou os recursos para o marido. Segundo Gurgel, o parlamentar, por sua vez, deu duas versões para o caso. A primeira delas é que sua mulher tinha ido à agência para pagar uma fatura de TV por assinatura. Posteriormente, ele disse que os recursos serviriam para custear pesquisas eleitorais em Osasco, base eleitoral do político. "Essa versão, no entanto, não encontra respaldo nos autos", rebateu Gurgel, lembrando que o "mais lógico" era se realizar uma operação de transferência bancária, caso o dinheiro fosse mesmo do PT e não de origem ilícita. O chefe do Ministério Público disse que João Paulo Cunha desviou outros R$ 252 mil ao usar o dinheiro da subcontratação pela empresa de Marcos Valério da IFT, de propriedade do jornalista Luís Costa Pinto. A IFT, afirmou Gurgel, não teria prestado serviços para a Câmara. Ela teria sido usada apenas para pagar o salário do jornalista Luis Costa Pinto, que trabalhou na campanha de 2002 de João Paulo Cunha e era uma espécie de assessor do parlamentar. Ou seja, a subcontratação foi simulada. Este Luis Costa Pinto é o mesmo jornalista que trabalhava na sucursal da Veja, durante a CPI dos Anões do Orçamento, e entregou para a revista uma informação falsa, de que o então deputado federal Ibsen Pinheiro tinha enviado um milhão de dólares para o Exterior. O portador da nota fraudada foi Waldomiro Diniz, na época assessor na CPI e na bancada do PT dos deputado federais petistas José Dirceu e Aloizio Mercadante, e que morava junto com eles no mesmo apartamento funcional. Waldomiro Diniz era assessor destacado da Casa Civil com José Dirceu quando foi denunciado por uma extorsão, no Rio de Janeiro, ao bicheiro Carlinhos Cachoeira. Ali começou o escândalo do Mensalão do PT. O jornalista Paulo Moreira Leite, na redação de Veja, em São Paulo, sabia que a informação da matéria de capa era falsa, mas mesmo assim ordenou a publicação. Ibsen Pinheiro foi cassado e saiu do páreo presidencial, o que foi uma grande vantagem para a candidatura de Lula. Paulo Moreira Leite foi membro da Libelu, tendência estudantil trotskista, quando estudante na USP, em São Paulo. Também é grande amigo de Felipe Belisario Wermus, vulgo Luis Favre, ex-marido da socialite paulista e petista Marta Suplicy, e ex-dirigente da 4ª Internacional comunista (trotskista).

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