quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Marcio Thomaz Bastos diz que julgamento do Mensalão do PT é "bala de prata"


O advogado Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, autor da tese do Caixa 2 para livrar a cara do PT durante o primeiro governo de Lula, foi o primeiro a falar na sessão desta quarta-feira do julgamento do Mensalão do PT no Supremo Tribunal Federal. Representando José Roberto Salgado, ex-vice-presidente do Banco Rural, ele argumentou que faltam provas de que seu cliente cometeu crimes financeiros e ajudou a manter em funcionamento a engenharia financeira que abasteceu o Mensalão do PT. José Roberto Salgado é acusado de autorizar e renovar empréstimos fraudulentos para Marcos Valério e para o PT, além de viabilizar a remessa de dinheiro para o Exterior. Ele responde pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas. "É um julgamento de bala de prata, feito uma vez só, e como se trata de destinos de pessoas, é preciso um duplo cuidado", afirmou Marcio Thomaz Bastos. O ex-ministro disse que Mensalão do PT é uma "marca-fantasia" de episódios distintos, cuja união foi forjada pelo Ministério Público Federal em sua denúncia: "Salgado se viu envolvido nesse furacão, nessa marca-fantasia do Mensalão do PT". Márcio Thomaz Bastos é o caso típico de "Santíssima Trindade": comandou as investigações, serviu de testemunha no inquérito judicial e agora é advogado de defesa de réu. Para ele não existe Estatuto da Ordem dos Advogados, e ninguém questiona os seus papíes. O advogado negou que os empréstimos fossem falsos: "SMP&B, DNA e Grafitti eram empresas de extraordinária competência empresarial", justificou Marcio Thomaz Bastos. Ele afirmou que a acusação contra Salgado se baseia no depoimento de apenas uma testemunha, um ex-superintendente do banco que teria interese de se desvencilhar de suas responsabilidades sobre transações ilegais. "O PT pagou integralmente o seu empréstimo de 3 milhões, renegociou e pagou 10 milhões. E os outros empréstimos, das empresas de Marcos Valério, estão sendo executados", disse Marcio Thomaz Bastos. Segundo o advogado, Salgado tem um histórico profissional "Impecável".  O ex-ministro afirmou ainda que os empréstimos foram firmados antes mesmo que seu cliente chegasse à posição de comando no Banco Rural, o que inviabilizaria a denúncia.

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