quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Peluso diz que condenação traz “sentimento amargo”

Sem confirmação se volta ao plenário nesta quinta-feira, na sessão extraordinária, o ministro Cezar Peluso já fez sua despedida formal do Supremo Tribunal Federal na sessão desta quarta-feira. O ministro se aposenta compulsoriamente na próxima segunda-feira, quando completa 70 anos. Ele fez considerações sobre sua saída da Corte, que integrou por nove anos, assim que terminou o voto na Ação Penal 470, o processo do Mensalão do PT. Depois de condenar a maioria dos réus acusados de desviar dinheiro público, Peluso disse que “nada mais constrange um magistrado que ter que condenar um réu em matéria penal” e que era com “sentimento amargo” que precisou atuar daquela forma. “O magistrado condena como exigência de Justiça e, em segundo lugar, porque reverencia a lei, que é a salvaguarda da própria sociedade em que todos vivemos. É com amor e em respeito aos próprios réus, que a condenação é um chamado para que se reconciliem com a sociedade”, disse Peluso, com voz embargada. O ministro foi reverenciado pelo presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, que destacou a correção e autenticidade do ministro em agir de acordo com sua consciência. “Vossa Excelência é a encarnação do seu próprio discurso. Faz o que prega”, disse Ayres Britto, emocionado.

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