quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Petista Gilberto Carvalho é vaiado por servidores em evento

Um dos interlocutores mais próximos da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, foi recebido com vaias e teve o discurso interrompido várias vezes durante a abertura da Conferência Nacional de Emprego e Trabalho Decente, nesta quarta-feira, em Brasília. "Este é um governo que tem responsabilidade, este é um governo que o tempo todo dialogou e em nenhum momento foi dito que não haveria proposta para os trabalhadores. O que não faremos são atos de demagogia, que podem pôr em risco a economia do País", afirmou, no início do discurso, sob as vaias de um grupo de servidores. "Lamento profundamente e espero que as centrais sindicais, com quem dialogamos e com quem temos uma relação tensa, mas cordata, chame a atenção desse setor que se nega ao diálogo". O petista Gilberto Carvalho foi recebido com gritos de "pelêgo" e "traidor" por parte do público, que também entoou um corinho: "A greve continua / Dilma, a culpa é sua". Preocupado com o prolongamento da greve, o governo federal recorreu a um decreto para garantir a manutenção de serviços essenciais, como os prestados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Receita Federal. "A democracia se constrói na contradição e na audiência daquilo que inclusive não nos agrada. A democracia se faz com respeito, se faz com a capacidade de se manifestar e de ouvir. O governo da presidente Dilma não tem medo da manifestação nem do diálogo, e assim seguiremos até o final do nosso mandato em 2014", afirmou o ministro. "Nesse momento de grande instabilidade internacional, crise na economia, temos de cuidar do emprego daqueles que não têm estabilidade, daqueles que a qualquer momento podem ser demitidos, essa é a nossa prioridade. Não nos negaremos ao diálogo com o funcionalismo público, seguiremos. Mas a prioridade é cuidar do conjunto do País e eu insisto no direito daqueles que historicamente foram marginalizados", disse. O presidente da CUT, o pelegão bancário Vagner Freitas, lembrou em discurso o cenário de crise vivido por outros países: "Ainda ontem, na Itália, foi aprovado um pacote que inclui o corte de 10% dos salários dos funcionários públicos. Não tentem fazer isso no Brasil, nós não permitiremos".

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