quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Planalto articula saída de Edison Lobão do Ministério das Minas e Energia


O destino do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, começa a ser desenhado nos corredores do Palácio do Planalto à revelia de algumas lideranças do PMDB. No que depender da presidente da República, Dilma Rousseff, as funções do político maranhense na pasta se encerrarão até fevereiro do próximo ano. Dilma prefere vê-lo na presidência do Senado na Legislatura 2013-14. Para o Ministério, a presidente quer designar um nome técnico. Em diversas oportunidades, ela deixou clara a sua preferência por líderes ágeis e com conhecimento profundo do setor que comandam em cada ministério, demonstrando desconforto com escolhas meramente políticas. Um dos principais nomes para o posto de Lobão é o do catarinense Marcio Zimmermann, que já é secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia e que providenciar uma urgente e oportunista filiação ao PMDB em março. A estratégia da presidente seria perfeita, não fosse a discordância de membros do próprio PMDB, que historicamente controla os principais órgãos do setor elétrico brasileiro. No Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL) articula há meses seu retorno à cadeira de presidente do Senado, da qual foi alijado no final de 2007 após ser atropelado por uma série de denúncias. Um rompimento com Renan provocaria reflexos imediatos na já desafinada relação do Planalto com o Legislativo. Tampouco Lobão está plenamente convencido de que assumir o cargo no Senado é a melhor decisão. “A presidente possui uma ótima relação com o Lobão, mas não com o Renan. Ter um nome de confiança na articulação política do Senado, às vésperas das eleições de 2014, é primordial para o partido. Ela precisa dele”, afirma uma fonte ligada ao Planalto. Em seu segundo mandato como chefe da pasta (o primeiro foi entre 2008 e 2010), Lobão é peça importante no xadrez político dentro e fora do Ministério. Aliado de José Sarney (PMDB-AP) no Maranhão desde os tempos da Arena, ele não só é um dos ministros mais respeitados no Planalto, como também o principal nome para suceder a família Sarney no governo do Maranhão, em 2014. Com os olhos para esse projeto, comandar o Senado seria uma vitrine ideal. “Só há uma coisa que o Lobão queira mais do que o Ministério. É o governo do estado. E a família Sarney já definiu que ele será o sucessor”, afirma uma fonte ligada ao governo maranhense. Segundo a fonte, em reunião ocorrida em fevereiro deste ano em São Luís, onde estavam presentes José Sarney, seus filhos e o genro Jorge Murad, o nome de Lobão foi oficialmente definido para a sucessão. A escolha sobrepõe-se à alternativa de lançar à reeleição Roseana Sarney, atual governadora do estado e filha mais velha do presidente do Senado, tendo em vista que seu governo encontra-se cada vez mais enfraquecido. Caberá à presidente Dilma Rousseff a tarefa de tentar convencer Sarney e Lobão de que a presidência do Senado é a melhor saída política para PT e PMDB.

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