sábado, 18 de agosto de 2012

Rio Acre atinge níveis cada vez mais extremos na seca e na cheia

Estudos hidrológicos feitos por técnicos da Secretaria de Meio Ambiente do Acre (Sema) em parceria com a Agência Nacional de Água (ANA) demonstram que o Rio Acre tem apresentado níveis cada vez mais extremos, tanto nas enchentes quanto nas secas. Em 2011, o rio atingiu uma lâmina d’água de 1,5 metro, a segunda pior em 40 anos. A tendência é que a seca deste ano, que vai de agosto a outubro, a situação seja ainda pior. Vera Reis, assessora técnica e engenheira florestal da Sema, disse que as medições do nível do rio chegaram a 2,05 metros no início da estiagem. “Até meados de setembro, a tendência é que ele continue baixando”, acrescentou. Segundo a técnica, os estudos apontam que as “alterações extremas” do Rio Acre são causadas pelo desmatamento, por ocupações irregulares, pelas queimadas e pela expansão das estradas. No período de estiagem, o rio é abastecido por lençóis freáticos que ficam comprometidos por essas ações. “Nesta fase temos problemas de desabastecimento fortíssimo”, ressaltou Vera Reis. “Todas essas ações predatórias, além de outras, comprometem a vazão do Rio Acre ajudando na provocação de cheias que atingem boa parte da capital acriana”, disse. Outro problema é a pouca informação sobre o comportamento hidrológico do rio. Em 2011, por exemplo, os técnicos da Sema consideravam que não haveria estiagem forte devido o longo período de cheia do rio, com fase crítica em abril. “Em 11 de setembro, tivemos a maior seca dos últimos 40 anos”, contou Vera Reis. Em janeiro de 2012, o alagamento atingiu 17,6 metros, enquanto o nível médio é 7,5 metros. O estado de alerta, segundo a técnica, é dado quando o nível do rio atinge 13,5 metros, momento em que a água começa a entrar e alagar casas de moradores em bairros ribeirinhos.

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