quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Abilio Diniz e Casino acertam novas regras para conselho do Pão de Açúcar

O grupo francês Casino, que assumiu em junho o controle do Pão de Açúcar, e o empresário Abilio Diniz, presidente do conselho de administração do grupo, chegaram a um acordo para reduzir o clima belicoso dos últimos dias na companhia. Em reunião nesta tarde do conselho de administração, o empresário brasileiro concordou com a criação dos comitês de governança e de auditoria propostos pelo Casino, mas não aceitou extinguir o conselho consultivo formado por economistas de renome que davam suporte às decisões da empresa. Nessa proposta, Abilio foi voto vencido, e o conselho será extinto. Por outro lado, Abilio conseguiu criar uma regra para a proposta que permitia a instalação das reuniões do conselho de administração com apenas oito membros, número de cadeiras do Casino. Na primeira convocação, as reuniões podem ser instaladas com dez membros, o que garante sempre a presença de conselheiros independentes ou do lado de Abilio. Na segunda convocação, pode ser instalada com oito membros. Também foi aprovada a criação do cargo de vice-presidente do conselho, função que permite comandar a reunião na ausência de Abilio Diniz, mas com poderes limitados. O vice-presidente só poderá presidir a reunião se Abilio Diniz não indicar alguém para substitui-lo ou se a pessoa indicada pelo empresário brasileiro não comparecer à reunião. O vice também não poderá definir ou colocar em votação assuntos que reduzam o poder de Abilio Diniz na empresa, previsto em acordo de acionistas. Para pedir a criação dessa função, o grupo francês Casino se baseou em levantamento feito a partir das companhias que integram o Ibovespa, principal termômetro dos negócios na Bolsa paulista. Das empresas que compõem o índice, 72% delas têm o cargo de VP no conselho de administração. Há dez dias, o Casino tinha feito uma série de propostas de mudanças para aumentar a transparência na gestão, mas o empresário se recusou a discuti-las por entender que se tratava de uma tentativa de diminuir sua influência na empresa.

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