segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Especialistas dizem que inadimplência limita redução dos juros do cartão e do cheque

A concorrência entre as instituições financeiras pode ajudar a reduzir as taxas de juros do cartão de crédito, na avaliação do professor Newton Marques, da Universidade de Brasília (UnB). Para o especialista em finanças pessoais, a ação dos bancos públicos pode estimular a concorrência. “Não tem como estimar por quanto tempo os bancos públicos vão aguentar [manter a estratégia de redução de juros], mas com certeza, mexe com o mercado”, diz Marques. A Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil anunciaram redução de taxas de juros de cartões de crédito na quinta-feira. Nesse mesmo dia, a presidenta Dilma Rousseff reclamou dos juros dos cartões no Brasil, em pronunciamento pelo rádio e pela televisão. O professor da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), Marcos Crivelaro, alerta que, mesmo com taxas menores, compras não devem ser feitas por impulso, mas planejadas. “Quanto mais barato, mais as pessoas vão usar. Mas não se pode acumular dívidas”, diz o professor, que também é especialista em matemática financeira e consultor em finanças. Crivelaro calcula que o ideal é não ultrapassar o limite de 30% da renda familiar comprometida com parcelas de financiamento. Ele orienta também a evitar o crédito rotativo. “Como é um crédito automático, as pessoas não fazem as contas”, destaca. Em julho, pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste) mostrou que o juros cobrados no cartão de crédito no Brasil são os maiores da América Latina. De acordo com levantamento do Banco Central, em julho, a taxa de inadimplência, considerados os atrasos superiores a 90 dias, do cartão de crédito para pessoas físicas, chegou a 28,1%.

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