sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Haitianos ameaçam manter representante do governo do Acre sob cárcere privado

A chegada quase diária de haitianos a Brasileia, no Acre, aumentou a tensão dos imigrantes ilegais que já ameaçam manter sob cárcere privado o representante do governo do estado responsável por prestar ajuda humanitária, Damião Borges. De 35 haitianos, alojados em 19 de agosto, o número passou nesta sexta-feira para 216. “Eles dizem que, se até segunda-feira a Polícia Federal não começar a emitir os vistos de entrada no País, vão me amarrar em uma árvore”, relatou Damião Borges. Com um dívida de R$ 110 mil com a empresa fornecedora dos alimentos para as três refeições diárias dos imigrantes ilegais, na quinta-feira foi suspenso o serviço. Damião Borges disse que, nessa quinta-feira, já não foi servido o jantar. “Nós não aguentamos mais”, desabafou o funcionário. O custo diário com comida para os 200 haitianos chega a R$ 4,8 mil. Cada marmita é vendida ao preço de R$ 8,00 pela empresa fornecedora. A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos encaminhou nesta semana mais 100 colchões para acomodá-los. Segundo ele, está clara a presença de incitadores entre os haitianos para forçar um posicionamento do governo brasileiro sobre a regularização dos documentos de entrada no País. Damião Borges não descarta a possibilidade de presença de “coiotes” (atravessadores) entre essas pessoas. Outra reclamação do representante da Secretaria de Justiça é a falta de policiamento na fronteira para impedir a entrada dos haitianos. Eles entram por dois pontos que ligam a cidade brasileira a Cobija, na Bolívia, de táxis. “Os taxistas bolivianos têm deixado os haitianos na porta da casa que serve de alojamento ou na porta da minha casa”, disse Damião Borges. O secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Nilson Mourão, informou que já encaminhou à Secretaria Nacional de Justiça ofício relatando a situação: “Os haitianos estão no limite de estresse, a espera deles já vai para 150 dias. Nós compreendemos isso, mas não vamos aceitar qualquer ato de violência”.

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