terça-feira, 25 de setembro de 2012

Ministro Gilmar Mendes critica nota de Dilma que contesta ministro Joaquim Barbosa

Em novo sinal da tensão que envolve o Planalto e o Supremo Tribunal Federal por causa do julgamento do Mensalão do PT, o ministro Gilmar Mendes criticou nesta terça-feira a decisão da presidente Dilma Rousseff de divulgar uma nota oficial após ter sido citada na semana passada no julgamento. "O depoimento dela vale como todos os outros. Não é assim que se diz na República?", indagou Gilmar Mendes. "Imagine se cada vez que um tribunal tiver de se debruçar sobre depoimentos tiver de buscar a interpretação autêntica do depoente. Imagina o que vai representar isso", disse o ministro para jornalistas. "Vocês imaginam quantos depõem na CPMI, inquéritos policiais, perante o juiz, e agora alguém diz que o que o relator disse não é exatamente. Isso vai anular o julgamento?", questionou. "Isso é apenas um acidente nesse processo", disse o ministro nesta terça-feira depois de participar de uma sessão de julgamento nas turmas do Supremo. Na semana passada, ao sustentar a tese de que ocorreu compra de votos no Congresso, o relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, citou depoimento dado por Dilma em 2009 à Justiça no qual ela afirmou que ficou surpresa com a rapidez na votação do marco regulatório do setor elétrico. Na época do depoimento, Dilma era ministra chefe da Casa Civil. Mas no primeiro governo do ex-presidente Lula tinha ocupado o Ministério de Minas e Energia. No julgamento, Joaquim Barbosa defendeu a punição de políticos acusados de envolvimento no esquema do Mensalão do PT, como Roberto Jefferson, que foi o denunciante do mensalão. Um dia depois ter sido mencionada por Joaquim Barbosa, Dilma Rousseff soltou uma nota dizendo que eram necessários alguns esclarecimentos para eliminar quaisquer dúvidas sobre as declarações.

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