sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Prefeito da cidade catarinense de Governador Celso Ramos preso por extorsão de empresário

Preso na noite de quinta-feira, pela Polícia Federal, em um shopping de São José, o prefeito da cidade catarinense de Governador Celso Ramos, Anisio Soares (PMDB), chegou a ser cassado em 2005, logo após ter assumido o comando do Executivo na cidade. Em 2004, quando estava prestes a se candidatar a prefeito, Anísio foi condenado pela Justiça Federal pela acusação de crime ambiental, e perdeu seus direitos políticos. Obteve uma liminar para se candidatar e, após a vitória nas urnas, assumiu o cargo em janeiro de 2005. Na época, o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina cassou o mandato de Anísio porque ele estaria inelegível durante o período eleitoral. Anísio recorreu, então, ao Supremo Tribunal de Justiça, onde conseguiu a anulação de sua condenação criminal, o que recuperou seu direito de continuar na prefeitura. Até 2007, quando o caso foi encerrado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, a cidade de Governador Celso Ramos chegou a ter uma nova eleição indireta e teve o município comandado pelo presidente da Câmara de Vereadores, Antônio Marcos Testoni (DEM). Agora, ao término de seu segundo mandato, Anísio tenta fazer de seu vice, Manoel Marcelo Cunha (PMDB), também preso na noite de quinta-feira, o novo prefeito de Governador Celso Ramos. O prefeito Anísio Soares, seu vice Manoel Marcelo Cunha e o vereador Alcemir Alves, todos do PMDB, foram transferidos para uma unidade prisional de Biguaçu, município da grande Florianópolis. Eles foram presos pela Polícia Federal durante encontro em um shopping do município de São José após denúncia feita por um empresário ao Ministério Público de que estariam exigindo dinheiro para facilitar a liberação de licenças para a construção de um empreendimento. A prisão aconteceu na noite de quinta-feira durante o encontro dos acusados com o empresário no local onde aconteceria o repasse da propina. Com os acusados, a Polícia Federal encontrou R$ 30 mil em espécie. Conforme a Polícia Federal, pelo acordo, seriam negociados ainda mais dois cheques e a doação de um imóvel na praia de Palmas, no município de Governador Celso Ramos, avaliado em R$ 400 mil. Os acusados passaram a primeira noite na sede da Polícia Federal, em Florianópolis, e nesta sexta-feira foram transferidos para Biguaçu. Conforme a Polícia Federal, um empresário fez a denúncia ao Ministério Público Estadual. O vice-prefeito Manoel Cunha é candidato a prefeito na eleição que acontece em outubro. Conforme a Polícia Federal apurou, o valor seria dividido entre o grupo que planejava usar o dinheiro para fins pessoais e para abastecer o caixa de campanha do vice-prefeito. O vereador Alcemir Alves também contava com a verba para sua campanha à reeleição. Os três forram autuados por crime de concussão, ou seja, quando os acusados exigem dinheiro ou vantagem indevida no exercício de função pública. O crime prevê pena de dois a oito anos de reclusão e multa. As diligências da Polícia Federal vinham sendo realizadas desde a denúncia feita ao Ministério Público. A prisão em flagrante, conforme a Polícia Federal, determinou o fim de uma ação criminosa que garantiria ao empresário do ramo da construção civil favorecimento para concretizar negócios em Governador Celso Ramos. O município fica cerca de 40 quilômetros de Florianópolis.

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