sábado, 29 de setembro de 2012

Vale suspende construção de siderúrgica em meio a impasse com governo petista de Dilma Rousseff

A construção da siderúrgica da Vale no Pará patina entre um impasse da mineradora com o governo petista de Dilma Rousseff e a necessidade de a empresa postergar investimentos fora de suas áreas de prioridade por conta da crise. As obras de construção da Aços Laminados do Pará estão suspensas porque o governo federal retirou do orçamento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) deste ano uma hidrovia crucial à siderúrgica. "As informações que nós temos é que ela chegou a fazer terraplenagem, chegou a investir alguns milhões de reais, mas resolveram interromper... em função da ausência da obra da hidrovia do Tocantins", afirmou o secretário de Indústria, Comércio e Mineração do Pará, David Leal. A maior produtora de minério de ferro do mundo confirma que aguarda definição da solução logística por parte do governo federal, mas que prossegue com o projeto, uma usina de 3,2 bilhões de dólares e capacidade anual de produção de 2,5 milhões de toneladas de placas de aço, em Marabá. A Vale atribui a interrupção da terraplenagem a um problema com uma parte do terreno cuja desapropriação foi contestada na Justiça. "Sobre a terraplenagem, a obra foi realizada até onde foi possível, com 85% dela executada, devido ao impasse do lote 11", diz a mineradora. O secretário de Indústria da prefeitura de Marabá, João Eufrásio de Alcântara, explica que alguns operários continuam no local fazendo drenagem e conservação do que já foi feito na Alpa, sem, contudo, avançar em obras estruturantes. S diretoria da Vale pediu que o governo assinasse um protocolo de intenções se comprometendo com as obras da hidrovia. De acordo com o secretário do Estado, a mineradora disse que, se o governo assinasse o documento, imediatamente retomaria as obras. O governo federal trabalha para destravar o impasse, mas não vai assinar o protocolo de intenções para a execução das obras da hidrovia como propôs a Vale. A entrada da Vale na siderurgia foi um dos pontos de discórdia com o governo que culminaram com a saída de Roger Agnelli da presidência da mineradora. O governo no tempo do ex-presidente Lula passou a cobrar maior participação da mineradora no setor siderúrgico. A hidrovia Araguaia-Tocantins enfrenta problemas de navegabilidade, com necessidade de obras para retirada de pedras que impedem a travessia de embarcações em um trecho de 43 quilômetros, uma obra cara e difícil. Segundo fonte do governo, o projeto está em estágio de licenciamento, mas teria sido questionado por autoridades competentes e por isso também teria sido retirado do PAC.

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