quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Defesa fez um último apelo inútil pela absolvição de José Dirceu


No último memorial em defesa do ex-ministro da Casa Civil, o deputado federal cassado (por corrupção) José Dirceu, o advogado José Luiz Oliveira Lima fez um apelo contundente pela absolvição do petista ao Supremo Tribunal Federal, que está julgando o processo do Mensalão do PT. No documento, com onze folhas, o advogado sustenta que José Dirceu nunca manteve encontros clandestinos, "não sendo plausível a criminalização de atos próprios ao exercício do cargo de ministro da Casa Civil". Para Oliveira Lima, o voto do relator "atenuou a inegável intenção do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) em prejudicar José Dirceu". No memorial, o advogado disse ainda que Roberto Jefferson, o denunciante do esquema de compra de votos no Congresso, "somente criou suas denúncias contra Dirceu após ser flagrado em episódio de corrupção nos Correios". O advogado negou, mais uma vez, a existência de vínculo entre José Dirceu e o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como o operador do Mensalão do PT. "O voto do Exmo. Relator deu especial destaque ao fato de representantes de bancos e empresas terem afirmado que Marcos Valério fez o pedido de audiência com o ex-ministro da Casa Civil. Todavia, não era o próprio ministro da Casa Civil quem recebia as pessoas interessadas em solicitar o agendamento de audiências", insiste Oliveira Lima. Na tentativa de absolver José Dirceu, o advogado alegou que o então chefe da Casa Civil "não tinha contato direto e nem mesmo era informado da identidade do portador do pedido de reunião". Logo depois, fez um apelo para que as "inúmeras provas" nos autos fossem consideradas e adequadamente valorizadas. "Ao contrário do que foi consignado no voto do Exmo. Relator, as reuniões na Casa Civil não se revestem de caráter clandestino; ao revés, foram registradas na agenda oficial do ex-ministro. Se os representantes dos bancos e empresas decidiram levar nas audiências Marcos Valério ou Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT e também réu no processo), seja como mero acompanhantes ou assessores, tal fato não é de responsabilidade de José Dirceu", argumentou ele. Oliveira Lima destacou, no memorial, que o Supremo não pode concluir que Dirceu é o "mandante" do esquema de compra de apoio parlamentar no Congresso sem prova nos autos e apenas por ter se reunido com parlamentares já condenados por corrupção passiva.

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