quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Dirceu era mandante do esquema do mensalão, diz relator


O relator do processo do Mensalão do PT, ministro Joaquim Barbosa, disse nesta quarta-feira que o ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, tinha "posição central" no esquema corruptor, agindo como "mandante" dos acordos para compra de apoio parlamentar. José Dirceu foi apontado pelo Ministério Público Federal como "chefe de quadrilha" responsável pelo esquema de compra de apoio parlamentar durante o governo do ex-presidente Lula. "Os pagamentos efetuados por Delúbio Soares e Marcos Valério aos parlamentares com os quais José Dirceu mantinha reuniões frequentes o colocam em posição central, posição de organização e liderança da prática criminosa, como mandante das promessas e pagamentos das vantagens indevidas aos parlamentares que viessem a atender propostas de seus interesses", disse Joaquim Barbosa durante a leitura de seu voto. Joaquim Barbosa iniciou a análise sobre o chamado "núcleo político" do esquema, incluindo a cúpula do PT à época do escândalo, em 2005. O relator detalhou encontros que teriam ocorrido na Casa Civil entre José Dirceu, Marcos Valério, Delúbio Soares e envolvidos no esquema, como representantes do Banco Rural, que concedeu empréstimos fictícios que abasteceram o Mensalão do PT, além de ter sido usado no repasse dos recursos. "O problema não é o ministro receber diretores de instituições financeiras, mas sim o contexto com que se deram essas reuniões", disse Joaquim Barbosa. "Fatos derrubam de uma vez a tese sustentada inicialmente de que José Dirceu não tinha nenhuma relação com Marcos Valério". Joaquim Barbosa disse ainda que os "dados permitem perceber que José Dirceu comandou a ação de Marcos Valério e Delúbio Soares".

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