terça-feira, 23 de outubro de 2012

Reduções da Selic contribuem para melhorar perfil da Dívida Pública Federal


As reduções aplicadas pelo Banco Central à Selic (taxa básica de juros da economia) contribuem para melhorar o perfil da Dívida Pública Federal (DPF), disse nesta segunda-feira o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública da Secretaria do Tesouro Nacional, Fernando Garrido. Para ele, as sucessivas quedas da Selic foram responsáveis pelo recuo de 0,93% no custo médio da DPF nos últimos 12 meses. Além disso, as reduções na Selic estão diminuindo a rentabilidade dos títulos vinculados à taxa básica de juros. O Tesouro Nacional se compromete a pagar aos investidores da DPF (que emprestam dinheiro para que o governo possa rolar a dívida) os juros que gradualmente são incorporados ao valor devido. Quando há redução de juros, o custo da dívida para o Tesouro também cai. Com relação à rentabilidade dos títulos, dados apurados em setembro mostram decréscimo de 0,4% no índice IMA-S, referente aos títulos vinculados à Selic. Papéis atrelados à taxa básica representam mais risco, pois pressionam a dívida para cima em ciclos de alta dos juros. Ciclos de baixa dos juros, como o atual, tornam os papéis vinculados à Selic menos rentáveis e, consequentemente, há redução do risco. Mesmo com crescimento no estoque da dívida pública, que aumentou 2,02% frente na compração com agosto e chegou a R$ 1,904 trilhão no mês passado, Fernando Garrido considerou "bom" o resultado de setembro. Garrido destacou que o vencimento de títulos LTF (corrigidos pela Selic) em setembro deste ano contribuiu para o aumento da DPF em relação a agosto. Para dezembro, a previsão continua sendo de estoque da dívida entre R$ 1,950 trilhão e R$ 2,050 trilhão. Os bancos foram os principais detentores da dívida pública em setembro. Segundo relatório do Tesouro, as instituições financeiras elevaram sua participação na DPF de R$ 513,15 bilhões em agosto para R$ 546,26 bilhões no mês passado. Em percentual, a proporção passou de 28,85% para 30,08%. Os fundos de investimento reduziram seus estoques de R$ 448,92 bilhões para R$ 441 bilhões, de 25,24% para 24,28%. O grupo Previdência também registrou variação negativa de R$ 296,88 bilhões para R$ 294,18 bilhões, com participação recuando de 16,69% para 16,2%.

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