quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Acusação explora crueldade do assassinato de Eliza Samudio pelo goleiro Bruno, do Flamengo, e seus parceiros


Depois de um primeiro dia de julgamento controlado pelos advogados de defesa, Ministério Público e assistentes de acusação conseguiram, nesta terça-feira, reforçar para os jurados a versão de que Eliza Samudio foi morta em um crime bárbaro. E a defesa do goleiro Bruno e demais réus acusados pelo crime viu minguar seu principal objetivo no júri: o de aproveitar que o corpo nunca foi encontrado para negar a existência do crime. “Foi um dia de vitórias para a acusação, com a confirmação de depoimentos e relatos contundentes das três testemunhas ouvidas em plenário”, avaliou Cidnei Karpinski, assistente de acusação que representa o pai de Eliza Samudio. O inferno pessoal do goleiro Bruno tem três degraus no momento: a pior e mais pesada pena virá caso os jurados considerem que sim, Eliza foi assassinada, e que sim, foi ele o mandante; uma hipótese um pouco mais amena seria a de o júri confirmar que houve o crime, mas considerar que o ex-amante, pai do menino Bruninho, apesar de ser o principal interessado no sumiço, nada sabia, ou não teve responsabilidade no homicídio; o desfecho mais improvável, e mais positivo para todos os réus, seria o de simplesmente concluir que não houve crime. Para este último resultado, é vital manter acesa a dúvida, ainda que para isso os advogados de defesa tenham que confundir o júri, ou simplesmente atordoar os sete selecionados que vão decidir o futuro dos réus. Ao longo da sessão desta terça-feira no Fórum de Contagem, a acusação conseguiu avanços, depois de um primeiro dia controlado pela defesa. O primeiro deles foi a decisão da juíza Marixa Fabiane Rodrigues, de multar os advogados Ércio Quaresma, Zanone de Oliveira Júnior e Fernando Costa Oliveira Magalhães, integrantes da equipe de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Os três abandonaram o plenário do júri no primeiro dia. Cada um terá de pagar 18.660 reais, pela atitude "injustificada que não encontra respaldo legal" e "causa grande prejuízo ao Estado". Marixa sinalizou, assim, que as manobras não serão toleradas.

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