quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Agência de classificação rebaixa nota da dívida da Argentina e projeta default


A agência de classificação financeira Fitch rebaixou a nota da dívida da Argentina nesta terça-feira em cinco escalões, para "CC", alegando que "o default do país é provável". A Fitch assinala que a perspectiva da nota da dívida pública argentina se mantém "negativa" e que uma nova redução pode ocorrer nos próximos meses. A nota atribuída pela Fitch está apenas dois degraus acima de "DDD", que corresponde a emissores em "default". "Apenas um pagamento não realizado poderá desencadear uma cascata de defaults sobre todos os títulos da dívida sob o regime do direito internacional", destacou a agência. O rebaixamento ocorre após um juiz de Nova York determinar, em 21 de novembro, que a Argentina terá de reembolsar os detentores de 1,3 bilhão de dólares em títulos do país em default há 11 anos. O juiz disse que a Argentina terá de reembolsar os detentores de bônus até 15 de dezembro, paralelamente à obrigação de o país honrar mais US$ 3 bilhões em dívidas reestruturadas anteriormente. Segundo a Fitch, "a incerteza sobre o impacto da decisão da corte americana provavelmente abalará ainda mais a confiança e intensificará as tensões políticas e sociais no país, minando as perspectivas de crescimento". O governo argentino solicitou na segunda-feira à Corte de Apelações de Nova York a suspensão da ordem emitida pelo juiz Thomas Griesa para o pagamento de uma dívida de 1,33 bilhão de dólares com fundos especulativos, informou o ministério da Economia. Na apelação, o governo argentino denuncia o absurdo da decisão de Griesa, que "consiste em pagar aos fundos especulativos o total exigido em sua ação e em apenas uma cota, no dia 15 de dezembro, enquanto os detentores de bônus que aceitaram a troca da dívida sofreram abatimentos importantes e prazos que vão até 2038". A decisão do juiz beneficiou os credores que não aceitaram a troça proposta pela Argentina e aceita por quase 93% dos proprietários de bônus em 2005 e 2010, após o default declarado em 2001 de quase 100 bilhões de dólares. O juiz deu prazo até 15 de dezembro para o pagamento aos demandantes de 100% de seus bônus em apenas uma parcela, quando os 93% restantes aceitaram pagamentos próximos de 70% e prazos superiores a 20 anos. Segundo a Fitch, "a economia da Argentina desacelerou acentuadamente em 2012, devido a maior intervenção do Estado. Esse processo ficou evidente pelo maior controle de capitais e pela nacionalização da YPF".

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