quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Associação dos Oficiais da Brigada Militar vai pedir na Justiça a suspensão de promoções por merecimento


A Associação dos Oficiais da Brigada Militar do Rio Grande do Sul vai ajuizar nos próximos dias uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adi) para questionar a lei que mudou os critérios de promoções na corporação. Às vésperas da publicação de uma nova leva de promoções, prevista para 18 de novembro, a Asof pedirá que a Justiça suspenda os avanços na carreira pelo critério de merecimento. "A insegurança pública não merece ser agravada pela desmotivação de oficiais que sentem que serão preteridos em favor de colegas que atuam em gabinetes, que são amigos do rei", diz o médico tenente-coronel da reserva José Carlos Riccardi Guimarães, presidente da Asof. Segundo Riccardi, o quadro de acesso publicado internamente na Brigada Militar mostra que policiais militares que estão quase no final da fila pelo critério de antiguidade foram classificados no começo da lista pelo critério de merecimento e que, portanto, devem acabar sendo promovidos na frente dos colegas, em um sistema que é chamado na corporação de "carona". "Entendemos que um oficial só pode passar na frente de outro mais antigo se tiver realizado um ato heróico. Caso contrário, tempo de serviço, tempo no posto e curso devem falar mais. Não podemos mais permitir que os critérios objetivos sejam preteridos pelos subjetivos, que passaram a valer mais com a mudança da lei. Não estamos preocupados com o mérito de quem está sendo promovido, mas queremos saber qual é o demérito dos preteridos", diz Riccardi. Na Assembléia Legislativa, deputados estaduais admitiram francamente para o coronel Riccardi que não podiam votar contra o governo, porque poderiam sofrer represálias da administração do peremptório governador petista Tarso Genro. No caso do Rio Grande do Sul, a chamada "base aliada" foi "comprada" por uma espécie de "mensalão gaúcho". Ou seja, cada deputado da "base aliada" ganhou uma cota mensal de 80 mil reais para contratações de companheirinhos em cargos em comissão, os famigerados CCs. Pela prática tradicional, metade do valor desses salários acaba sendo encaminhado para grande parte dos parlamentares.

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