quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Britto não deixará por escrito penas de demais réus do Mensalão do PT


Em sua última entrevista coletiva como presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Carlos Ayres Britto confirmou que não deixará por escrito as penas que estipulou para os réus condenados no processo do Mensalão do PT. Assim, o julgamento continuará com apenas nove ministros. O ministro disse que chegou a preparar as penas para os 15 réus restantes na dosimetria mas, como o julgamento de quarta-feira não avançou, seria impossível juntar o voto por escrito. Britto também rebateu as afirmações de líderes do PT de que houve politização no julgamento do mensalão. “A manifestação de petistas faz parte da liberdade de opinião, da liberdade de expressão. Cada qual tem sua opinião. Claro que eu não acho que houve politização no julgamento. O Supremo julgou com toda tecnicalidade, com toda consistência. O que dizem é que o Supremo inovou, modificou suas concepções sobre os institutos jurídicos, ato de ofício, que eu prefiro chamar ato do ofício, cumulação de lavagem de dinheiro com corrupção passiva, etc. O Supremo não inovou nada. É que esse caso é inédito, é novidadeiro. É incomparável, não há nenhum igual, porque nunca se viu um caso com 40 réus, imputação de tantos crimes, 600 testemunhas. O Supremo produziu, como vem produzindo, um julgamento afeiçoado a essa extrema peculiaridade do caso”, disse ele. Sobre futuras rusgas entre os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, sempre apartadas por intervenções conciliadoras do presidente, Britto acredita que não haverá problema daqui para frente, quando Barbosa acumular a relatoria do processo do mensalão e a presidência da Corte, a partir do próximo dia 22 de novembro. “Faz parte da presidência ter a taxa de cordialidade em alta. É uma técnica avançada de gerenciamento". Indagado sobre a possibilidade de ingressar no campo da política, ele foi taxativo: “Fora de cogitação”.

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