sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Criação de empregos em outubro tem o segundo pior saldo em dez anos


A criação de postos de trabalho com carteira assinada em outubro de 2012 (saldo de 66,9 mil empregos) foi a segunda mais baixa nos últimos dez anos para esse mês, ficando à frente apenas do saldo em 2008, ano da crise financeira internacional. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o resultado não alcançou a metade dos empregos gerados em setembro deste ano ou em outubro de 2011. No total, foram 1,7 milhão de admissões (1.710.580) e 1,6 milhão de demissões (1.643.592) formais em outubro de 2012. Com isso, as demissões também foram as maiores para os meses de outubro. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, o saldo de outubro indica uma desaceleração no ritmo de crescimento dos postos de trabalho formais, que alcançou 176,1 mil em setembro de 2012 e 160,1 mil em outubro do ano passado. No acumulado do ano, houve expansão de 4,46% no estoque de mão de obra celetista em relação ao mesmo período de 2011, somando 3,9 milhões de empregos formais gerados. Estima-se que, em novembro, esse estoque ultrapasse 4 milhões. Em dezembro, no entanto, deve haver nova queda, fazendo o ano fechar em torno dos 3,5 milhões. "É a rotatividade comendo solta", disse o secretário de Políticas Públicas de Emprego, Rodolfo Torelly, ao comentar os resultados de outubro. Segundo ele, 2012 segue um padrão semelhante ao de 2011, quando foram criados 2 milhões de postos formais, resultado de 22 milhões admissões e 20 milhões demissões. O secretário informou que o governo formou um grupo de trabalho no âmbito do Programa Brasil Maior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para investigar as causas do crescimento da rotatividade nos postos de trabalho. De acordo com estatística da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do MTE, a taxa de rotatividade alcançou 36 pontos em 2009, número mais recente. Os desempenhos negativos ocorreram na agricultura, com menos 20,1 mil vagas; na construção civil, menos 8,2 mil; e na administração pública, menos 3,5 mil. No caso da agricultura, o saldo desfavorável foi devido aos desempenhos no cultivo de café, em Minas Gerais e São Paulo, e de uva, em Pernambuco e na Bahia. Na construção civil, o desempenho ficou aquém do esperado devido à expiração de contratos de trabalho e ao atraso para novas contratações por causa do período de chuvas. O Estado com o pior desempenho na criação de vagas formais foi Minas Gerais, com mais de 5 mil desligamentos, seguido pela Bahia (4,8 mil) e por Goiás (1,6 mil).

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