sábado, 10 de novembro de 2012

Gilmar Mendes quer União no debate sobre criminalidade


O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, disse que a União "nunca quis assumir" a discussão sobre a segurança pública de maneira ampla e sempre faz "auxílios isolados" no setor. Ao se referir à onda de violência em São Paulo, ele afirmou que a questão da criminalidade deve entrar na agenda federal "e sem conversa fiada". "Tem que ter uma política nacional sobre o assunto com a União no papel central", disse Gilmar Mendes, que participou na tarde de sexta-feira de evento da Escola da Advocacia Geral da União, em São Paulo. Gilmar Mendes afirmou que a onda de violência em São Paulo "parece inclusive uma ação política", sem explicar ou detalhar a questão. "Esses ataques têm conotação que vão para além dos crimes comuns. Sugerem práticas que se aproximam de práticas terroristas", comentou o ministro. Ele disse ainda observar nesse caso uma "organização criminosa com o objetivo de fazer enfrentamento ao Estado". Só faltou o ministro dizer o que é óbvio, o PCC se tornou o partido do crime, em associação com petralhas. De acordo com Gilmar Mendes, a conversa sobre segurança "é desagradável" para a União, pois os secretários de Segurança Pública estaduais questionam de onde virão recursos para enfrentar a criminalidade. "É preciso que de fato a União assuma claramente suas responsabilidades nessa matéria, que vão além de uma Secretaria de Segurança Pública burocraticamente provida em Brasília", disse o ministro.
Gilmar Mendes lembrou que a União dispõe de Polícia Federal, Forças Armadas e recursos suficientes para enfrentar a questão. "Nós não produzimos cocaína, ela passa pelas fronteiras", criticou o ministro, que continuou: "Recursos para a construção de presídios são liberados e, em seguida, contingenciados. Há muitos problemas aqui", concluiu ele.

Nenhum comentário: