quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Honorários do ex-ministro da Justiça de Lula foram pagos por empresa de Carlinhos Cachoeira acusada de atividades criminosas


Uma empresa investigada sob suspeita de participação no esquema de Carlos Cachoeira pagou R$ 5 milhões para a defesa do empresário. A MCLG Empreendimentos e Participações fez dois pagamentos, um de R$ 3,3 milhões, para o escritório Márcio Thomaz Bastos Advogados, e outro de cerca de R$ 1,6 milhão, para Cavalcanti e Arruda Botelho Advogados, que dividiu o caso com Bastos. Thomaz Bastos disse apenas ter recebido "honorários legítimos". Ex-ministro da Justiça no governo Lula (2003 a 2007), ele advogou de março até julho deste ano para Cachoeira. O empresário é acusado de explorar o jogo eletrônico e corromper agentes públicos. Quando assumiu a defesa de Cachoeira, Thomaz Bastos sofreu questionamentos. Um procurador da República no Rio Grande do Sul pediu investigação sobre a origem dos honorários. A OAB saiu em defesa do ex-ministro e afirmou que a ação atentava contra o exercício de uma profissão. Thomaz Bastos rebateu as críticas ao dizer que nada o proibia de "assumir a defesa de alguém com quem não me sinto impedido, legal, moral ou psicologicamente, cobrando ou não honorários". O pagamento aparece nas quebras de sigilo da CPI. A MCLG funciona como empresa de participação e administração dos negócios do seu diretor-presidente, o empresário Marcelo Limírio. Entre 2008 e 2011, movimentou R$ 254,2 milhões. Segundo o relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), a MCLG "funcionava como instrumento da atividade criminosa de Cachoeira, sendo utilizada, entre outras finalidades, nas atividades ilícitas de lavagem de dinheiro e evasão de divisas".

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