quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Igreja da Inglaterra vota contra sagração de bispas


A Igreja da Inglaterra rejeitou na terça-feira a possibilidade de permitir que mulheres sejam sagradas bispas, em um assunto que há anos causa divisões internas. Após horas de debates no Sínodo Geral, um "poder legislativo" composto por câmaras separadas de bispos, clérigos e leigos, a proposta de reforma ficou ligeiramente aquém da maioria necessária, dois terços nas três casas. "Ela passou nas câmaras dos bispos e do clero, mas perdeu na câmara dos leigos", explicou o arcebispo de York, John Sentamu. Algumas sacerdotisas sentadas nas galerias enxugaram lágrimas depois que Sentamu leu os resultados. Na votação entre os leigos, faltaram quatro votos. "É esmagador para o moral, clérigas graduadas devem se sentir desanimadas, e a maioria dos bispos e a maior parte do clero masculino e feminino se sente enormemente triste, e pior do que triste, constrangida e irada", disse Christina Rees, membro do Sínodo e ex-presidente do grupo Mulheres e a Igreja. "As bispas virão, mas essa é uma demora desnecessária e nada santa", disse ela. Mulheres já são bispas anglicanas na Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos, mas a Igreja da Inglaterra, igreja-mãe dos mais de 80 milhões de anglicanos do mundo, enfrenta uma forte disputa entre reformistas e tradicionalistas a respeito dessa questão. A Igreja já havia aprovado em princípio a presença de mulheres entre os bispos, mas a votação desta terça-feira, tratando de questões levantadas por teólogos conservadores, era necessária antes que a medida entrasse em vigor. O resultado será um desafio para Justin Welby, que substituirá Rowan Williams neste ano como arcebispo de Canterbury e líder espiritual dos anglicanos. Ambos apoiavam a reforma.

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